LUCINDA ROSA BERNARDES



Lucinda nasceu em fevereiro de 1864, em Camboriú, recebendo o mesmo nome da avó materna. Foi batizada com dois meses de idade, no dia 03 de abril de 1864, na Matriz do Santíssimo Sacramento e de Nossa Senhora da Conceição de Itajaí pelo Vigário João Domingos Álvares da Veiga. Foram seus padrinhos, Marcellino José Bernardes e sua tia Anna Lucinda Rosa, irmã de sua mãe.
Viveu sua infância com a família em Camboriú, onde foi alfabetizada, aprendendo a ler e escrever. Sua família morava na localidade Peroba e quando ela tinha cerca de doze anos mudaram-se para a localidade Morretes, também em Camboriú. Em Camboriú Lucinda conheceu José Francisco.
José Francisco Garcia Sobrinho, conhecido também como Caseca, nasceu no dia 09 de junho de 1858 em Camboriú, sendo filho de Jeremias Francisco Garcia e de Anna Maria Baptista, descendentes de açorianos. Ele era neto paterno de Thomaz Francisco Garcia e de Anna Joaquina de Jesus e neto materno de Silvano José Baptista e de Maria Joaquina da Conceição, moradores de Porto Belo. Usava o sufixo Sobrinho, pois recebeu o mesmo nome do tio, e após a morte do tio, como o costume da época, passou a não assinar mais o sufixo.
A família de José Francisco era importante em Camboriú, possuía muitas posses, era influente na política e participativa nas atividades da igreja e da comunidade. A Villa dos Garcia, onde hoje é o centro da cidade de Camboriú, levava esse nome por ter sido povoada pela família de José Francisco. Seu avô, Thomaz Francisco Garcia, natural da Freguesia de Ribeirão, da Ilha de Santa Catarina, foi Alferes da Guarda Nacional e comerciante em Desterro, quando mudou-se com a família para Camboriú, tornando-se um dos primeiros moradores da atual cidade, onde foi um abastado lavrador.
José Francisco cresceu em Camboriú, numa família numerosa, onde aprendeu a ler e a escrever e trabalhou na lavoura, quando aos 22 anos decide se casar com a jovem Lucinda, de 16 anos.
Apesar de Lucinda ser a segunda filha de Jeremias e Rosa, foi a primeira a se casar. Maria, a primogênita casou no mês seguinte. A união de Lucinda e José Francisco ocorreu no dia 13 de setembro de 1880, às quatro horas da tarde, na Matriz de Camboriú e foi celebrada pelo Padre João Rodrigues de Almeida. Os pais de José Francisco já eram falecidos. Foram testemunhas, Lasaro José Rebello, lavrador e Francisco José Bernardes, negociante, ambos moradores em Camboriú.
No mês seguinte, no dia 08 de outubro, José Francisco compareceu ao cartório de Camboriú acompanhado das testemunhas do casamento e de Rosendo José Rebello para oficializar a união civilmente. No mesmo dia seu cunhado Feliciano José Coelho também oficializou seu casamento com Maria Rosa Bernardes, irmã de Lucinda.
Após o casamento, Lucinda deixou a casa dos pais e o casal passou a morar na Freguesia de São Pedro Apóstolo do Gaspar, no atual município de Gaspar, onde José Francisco possuía terras. No dia 29 de julho de 1881, nasceu o primeiro filho do casal e primeiro neto de Jeremias e Rosa, José, porém para infelicidade da família, o bebê faleceu no ato de seu nascimento, sendo batizado em casa, e sepultado no Cemitério da Freguesia de Gaspar.
No dia 27 de dezembro de 1881 requereu ao Estado para comprar mais terras ao lado das suas, sendo que essas tinham cerca de 731 metros de frente com 1.097 de fundos.

Requerimento despachado no dia 27 de dezembro de 1881. Jornal O Despertador.

Na Villa dos Garcia, em Camboriú, no dia 06 de outubro de 1882, nasceu o filho Elpidio Bruno Garcia. Em Gaspar, em 1884, nasceu a filha Cesarina Ignes Garcia, a Gina.
O casal, então com dois filhos, voltou a morar na Villa dos Garcia em Camboriú, onde nasceu a filha Rosa Lucinda Garcia, em 1887 e Jovito Bruno Garcia, em 1889.
No fim de 1890 a família se mudou para o Itaperiú, localidade para onde os pais de Lucinda haviam se mudado. No Itaperiú, José Francisco foi negociante. Ele também exerceu o cargo de Juiz de Paz do distrito de Barra Velha de junho de 1894 até o fim de 1898. Como Juiz de Paz, além de realizar os casamentos celebrados no cartório, ele percorria a região em companhia do Escrivão de Paz, João Olegario da Silva, para realizar os casamentos na residência dos interessados. A maioria dos casamentos que realizou ocorreu na localidade do Itaperiú, ou no próprio cartório, entretanto chegou a realizar também algumas cerimônias na Sede da Freguesia, e nas localidades do Ribeirão do Salto, da Ilha das Onças e na Ponta Comprida.
No Itaperiú, em 1893, nasceu a filha Anna Lucinda Garcia. No dia 24 de março de 1896, às onze horas da noite, na residência da família, Lucinda deu a luz a uma criança do sexo masculino que nasceu morta. O casal teve ao todo seis filhos, um natimorto e cinco que cresceram e se casaram.
            Lucinda faleceu com apenas 33 anos, no dia 25/04/1897, deixando José Francisco viúvo aos 38 anos com cinco filhos menores, Elpidio, com 15 anos; Cesarina, com 13 anos; Rosa, com 10 anos; Jovito, com 8 anos; e Anna, de 4 anos.
Com os filhos ainda muito pequenos José Francisco decide se casar novamente. No dia 16 de setembro de 1897, ele então se casa com Camilla Maria de Souza, de 16 anos, moradora no Itaperiú, filha de João Gonçalves de Souza, natural de Camboriú e de Maria Josepha da Conceição, natural da Villa do Paraty. Do casamento com Camilla, José Francisco teve mais oito filhos, João José Garcia, em 1898; Leodato José Garcia em 1900; Pedro José Garcia; Antonio Garcia, em 1902; Maria Camila Garcia, em 1903; Odorio José Garcia (Eudorico), em 1905; Sizino Garcia, em 1909 e José Garcia, nascido em 1916.
A família permaneceu morando no Itaperiú, onde José Francisco também foi lavrador e teve um engenho de pilar arroz movido à água, mas apesar da família sempre possuir uma propriedade passou por muitas dificuldades para sobreviver. A filha Anna foi criada pelos avós maternos.
Em julho de 1904 a filha Cesarina se casou e em outubro de 1905 nasceu o primeiro neto de José Francisco e Lucinda, Francisco Petronilho Borba. Rosa, Elpidio, Anna e Jovito também se casaram. Com o casamento dos filhos e nascimento dos netos a família estava aumentando, porém a família teve a infelicidade de perder Anna, que morreu no parto do primeiro filho que também faleceu. Cesarina, Rosa, Elpidio e Jovito tiveram grande descendência.
Após 1917 José Francisco se mudou com a segunda esposa e os filhos do segundo casamento para a Retorcida, atual Nereu Ramos, em Jaraguá do Sul, localidade para onde o filho Elpidio havia se mudado com sua família anos antes. Cesarina, Rosa e Jovito continuaram morando no Itaperiú.
José Francisco Garcia faleceu com quase 65 anos, no dia 17 de abril de 1922, às 19 horas, em sua casa na Retorcida, em Jaraguá do Sul. Foi sepultado no cemitério de Jaraguá. Camilla faleceu no dia 09 de setembro de 1945, em Nereu Ramos, Jaraguá do Sul, com câncer de útero. Ela foi sepultada no cemitério da Estrada Itapocú, em Hansa, atual Corupá.


Os filhos de Lucinda e José Francisco:



- ELPIDIO BRUNO GARCIA

Elpidio Bruno Garcia nasceu no dia 06 de outubro de 1882, em Camboriú. Seus pais se mudaram para Gaspar, onde ele foi batizado no dia 14 de janeiro do ano seguinte, na Capela São Pedro Apóstolo, pelo Padre Henrique Matz. Os avós maternos serviram de padrinhos. Sua família voltou para Camboriú, onde ele aprendeu a ler e escrever. Em 1890, quando ele tinha oito anos sua família se mudou para o Itaperiú, localidade para onde já havia se mudado a família de sua mãe. O primogênito de cinco irmãos, aos 15 anos perdeu a mãe. Com o segundo casamento do pai, em 1897, teve mais oito irmãos.
Desde muito cedo trabalhou na lavoura com a família e aos 20 anos comprou uma carroça e dois cavalos e saiu de casa. Começou então a transportar mercadorias dos comerciantes do Itaperiú, como Abilio Julio dos Passos, Tito dos Passos e de seu tio Pedro de Borba, para Joinville. Os principais compradores eram Jorge Mayerle, Germano Stein, entre outros negociantes. A maior dificuldade do trajeto, que demorava mais de um dia, era passar por dez quilômetros de areia. Com a situação financeira melhorando comprou mais dois cavalos, passando a trabalhar com quatro cavalos que puxavam um carroção com mercadorias.
Conheceu a jovem Rosa Luiza Vieira Rebello, nascida em 04 de setembro de 1889, filha do agricultor Manoel Vieira Rebello e da professora municipal Luiza Francisca Rosa, residentes no Itaperiú. Além das tarefas da casa, Rosa era professora no Morro Grande. Namoraram alguns meses e se casaram, ele com 26 anos e ela com 19 anos.
O casamento civil ocorreu em 14 de outubro de 1908, às cinco horas da tarde, na residência do pai da noiva. Raymundo Roza da Silveira foi o Juiz de Paz e João Olegario da Silva, o Escrivão. Foram testemunhas da união, seu tio José Vicente Coelho e José Vieira da Conceição, de 71 anos e Maria Vieira Rebello, de 35 anos, moradores no Itapocú. Dentre os presentes, também estavam Emygdio Joaquim da Silveira, Alfredo Faria Machado, José Francisco Garcia, pai do noivo, Manoel Vieira Rebello, pai da noiva, além de Hormino Vieira Rebello, irmão da noiva.
Após o casamento Elpidio continuou sendo carroceiro, transportando os cereais que os colonos produziam para os municípios vizinhos e Rosa cuidava da casa e continuou a ser professora, ensinando as crianças a ler e escrever. O casal morou no Itaperiú, onde nasceram os filhos Euclides Vieira Garcia, o Quido, em 1910, Elói Vieira Garcia, em 1912 e José Vieira Garcia, em 1914.
Elpidio foi então convidado pelo Doutor César Pereira de Souza, que tinha uma serraria em Jaraguá do Sul, na Retorcida, atual Nereu Ramos, para trabalhar como serrador. Assim, Elpidio, a esposa e os filhos Euclides e José se mudaram para Jaraguá do Sul. Elói ficou morando com os avós maternos, pois era muito pequeno e muito apegado a eles. A família morou perto da estação da estrada de ferro, já que a empresa fornecia madeira para a construção de casas da Conserva e também para dormentes para reformar e manter a linha férrea. Em Jaraguá do Sul, em 1915, nasce a filha Maria da Graça Vieira Garcia.
Em 1916, Elpidio foi transferido para Hansa, atual Corupá, onde a empresa tinha uma estufa para secar folhas de fumo localizada na Estrada Itapocú. Além de plantar a empresa também comprava o fumo dos colonos da região. Elpidio secava e enfardava as folhas que depois eram exportadas para a Alemanha e outros países da Europa.
Trabalhando na empresa do Dr. Cesar, Elpidio conseguiu comprar o terreno número 12, no Caimão, na Estrada do Itapocú, em Hansa, com a intenção de futuramente fazer plantações.
Na residência da Estrada Itapocú, em Hansa, nasceram os filhos: Emanuel Vieira Garcia, o Lelinho, em 1917; Hercílio Bruno Garcia, o Cici, em 1920 e Belarmino Garcia, em 1922.
Em meados de 1924 a família se muda novamente, desta vez Elpidio foi transferido para a fazenda do Quiriri, em Joinville, onde Dr. Cesar tinha uma serraria que fabricava camas e outros móveis. A empresa oferecia 40 casas para moradia dos operários, que também plantavam para o consumo. A serraria era movida a uma caldeira a vapor e Elpidio era de coordenador dos operários que trabalhavam na serraria e na lavoura, o antigo capataz.
Sua família morou com conforto na casa onde a firma tinha o escritório, onde nasceram: Lucinda Vieira Garcia, a Zita, em 1924 e Vicente Paulo Vieira Garcia, em 1926. Estavam felizes. O patrão de Elpidio, homem influente na política local e nacional, que além de empresário, era Promotor Público e primo-irmão do Presidente da República, Washington Luís, era bondoso com Elpidio e sua família. Rosa acolhia e cuidava dos dois filhos do patrão quando vinham do Rio de Janeiro passar férias na fazenda.
Na fazenda em Joinville, Rosa sofreu um acidente. Estava alimentando as galinhas quando um porco entrou no galinheiro e mordeu sua perna. Os dentes do animal atingiram umas varizes, ocasionando um sangramento muito grande. Enquanto o socorro não chegava uma vizinha amarrou bem a perna para estancar o sangramento. Elpidio estava trabalhando enquanto tudo aconteceu. Levaram Rosa para o Hospital de Joinville, mas mesmo assim ela ficou com sequelas, em certos períodos a ferida voltava a se abrir e com a vida já cheia de sacrifícios, ela teve que suportar mais este. Apesar de ter um cuidado especial com sua perna, jamais deixou de se preocupar com o bem estar e com a saúde de sua família, mesmo com as dificuldades de se locomover devido ao ferimento, continuou fazendo seus afazeres domésticos.
Excetuando este acidente, tudo corria bem para a família, quando em meados de 1926 houve um atrito entre os herdeiros da família Rocha e o Domínio Dona Francisca. Doutor Cesar comprou o terreno do Domínio Dona Francisca, onde fazia Divisa com as terras dos Rocha. O terreno dos Rocha pertencia a Campo Alegre, já o terreno da fazenda do Dr. Cesar pertencia à Joinville. Como se tratava de limites de municípios o Estado de Santa Catarina envolveu-se no ocorrido. Após várias reuniões, foi determinado pelo Estado que o Capitão Guedes e mais oito soldados fossem os mediadores da ocorrência. Por parte do Domínio Dona Francisca, Dr. Cesar indicou Elpidio, pois além de ser o responsável pela fazenda, conhecia toda a região.
Os envolvidos marcaram uma reunião para que os representantes pudessem conversar com o Sr. Rocha. Quando os representantes chegaram no portão da propriedade do Sr. Rocha, o Capitão disse para que todos ficassem de prontidão no portão que ele, um soldado e Elpidio, que era o representante da outra parte, iriam até a casa do Sr. Rocha para fazer um acordo. Caso não tivesse acordo ele daria um tiro para cima e os soldados avançariam.
Ao chegar na casa, o Capitão se apresentou a pessoa que o recebeu e falou que com arma não resolveriam o problema. Neste momento um membro da família Rocha, de nome Belarmino, disse que arma por arma eles também tinham. O capitão pediu respeito, pois ele era autoridade e colocou a mão no revólver. Belarmino então atirou no capitão e o soldado que estava com eles revidou e alvejou Belarmino, que caiu morto. Os soldados que esperavam no portão escutaram os tiros e correram ao encontro do trio e deram uma rajada de tiros. Os Rochas correram para trás do rancho. Com muito esforço os soldados levaram o Capitão ferido até a fazenda, onde estava a condução para transportá-lo até o socorro em Joinville. Após dois dias o Capitão não resistiu aos ferimentos e faleceu.
Na família Rocha, o Sr. Jorge Rocha, que já havia cometido vários crimes, prometeu vingança, dizendo que iria acabar com o proprietário da fazenda, o que fez com que a família do Dr. Cesar não o deixasse mais voltar a Joinville. Rosa também não quis mais ficar lá.
Com esses acontecimentos a paz da família acabou e então Elpidio decidiu deixar a fazenda. Dr. Cesar os levou para Joinville e eles permaneceram por alguns dias na casa onde hoje fica o Museu do Imigrante. Já no início de 1927, decidiram passar uns dias na casa do pai de Rosa, que então morava no Morro Grande. De Joinville foram de trem até Paraty, atual Araquari, e pousaram no Hotel Tomazelli. No dia seguinte foram de carroça até o Morro Grande.
Após alguns dias Elpidio decidiu ir embora, pois precisava trabalhar para sustentar sua família. O irmão de Rosa, Olibio Vieira, levou a família de carroça de toldo, também chamado de trole, até o município de Hansa, onde a família voltou a morar. Em Hansa o casal tinha um amigo, Jacó Massun, que comprava e vendia dormentes para a estrada de ferro e por intermédio dele, Elpidio comprou duas carroças e duas juntas de boi. Assim, ele e os filhos mais velhos teriam serviço, trabalhavam transportando madeira para a estação de Hansa. Com este trabalho Elpidio contratou pessoas para cortar e ajudar a transportar a madeira. O que se ganhava era para despesas, pois todo ano era necessário comprar cavalos e bois.
Na propriedade em que viveram em Hansa não tinha água perto de casa, quando os filhos chegavam da escola, à tarde, iam buscar água que ficava numa nascente localizada num buraco com uns dois metros de profundidade. As crianças não tinham calçados e tinham que caminhar oito quilômetros até a escola. O inverno era muito rigoroso e os agasalhos eram poucos. Em Hansa, em 1928, nasceu o caçula, Osório Vieira Garcia, somando ao todo dez filhos, oito homens e duas mulheres. Nesta casa a família morou por dez anos.
Entre os anos de 1928 e 1930 foi um período difícil para o comércio. O país passava por um período turbulento. Nessa época Elpidio foi nomeado Inspetor de Quarteirão, um assessor do delegado regional, com função de pacificador, intervindo em brigas, atuando na autorização de enterros em cemitérios particulares, em averiguações de invasão de propriedades e animais, entre outros. A delegacia era em Jaraguá do Sul e ele atuava no interior da Comarca, caso não conseguisse resolver o problema, o caso era levado para o delegado regional, transformando-se em caso de polícia. Elpidio exerceu essa função por dez anos e sempre procurou resolver os problemas com seu jeito dócil e amável, conseguindo resultados positivos.
Aconselhado por amigos, Elpidio resolveu comprar cavalos para revender. Comprou 15 cavalos de Osório Padilha e começou a revendê-los com o prazo de 60 ou 90 dias. Achando que o negócio daria certo comprou mais 18 cavalos de Manoel Francisco da Costa. Ao cobrar os cavalos que já tinha vendido e começar a vender os novos veio o problema. Não recebeu e as pessoas vinham com desculpas pelo atraso do pagamento. Tinha esperança em receber na próxima viagem, mas o pagamento não acontecia e mais uma vez a viagem era em vão.
Sem receber os cavalos que vendeu, não tinha o dinheiro para pagar a segunda compra de cavalo. Já havia pago 400 mil réis e para livrar-se da dívida usou o dinheiro da madeira que tinha para receber do Sr. João Machado. Apesar do juro alto que teve que pagar conseguiu se livrar da dívida. Foram dias difíceis.
Em mais uma tentativa para conseguir sustentar a família, Elpidio comprou um engenho de farinha tocado a água. Porém a água era tão pouca que mesmo fazendo os açudes, não conseguiam enchê-los. O preço da farinha era muito barato, uma mixaria na época.
Elpidio então resolveu plantar cana no terreno que havia comprado no Caimão. Plantou cerca de 30 morgos de cana com a intenção de fazer melado e açúcar mascavo. A família trabalhou dois anos no plantio, porém deu pouco resultado. Decidiu então comprar um alambique para fazer cachaça, mas a concorrência era grande e não obtiveram um grande lucro.
Os filhos mais velhos, Euclides e Elói não estavam satisfeitos com a situação, queriam progredir mais, pois só com o alambique quase não dava para sobreviver. Então, em 1936, eles foram em busca de algo melhor, foram tocar uma serraria e Hercílio foi trabalhar com eles. Durante esse período Euclides e Elói se casaram e nasceu o primeiro neto de Elpidio e Rosa, Lidio Garcia, filho de Euclides. Eles trabalharam por dois anos na serraria e quando desfizeram a sociedade Euclides e Hercílio voltaram a trabalhar com o pai. Euclides, sua esposa Paulina e o filho do casal mudaram-se para Nereu Ramos para morar com a família de Elpidio e Elói e sua esposa foram morar no Itaperiú.
Em 1937 os irmãos Machado queriam vender uma serraria que tinham na Retorcida, atual Nereu Ramos. João Machado era amigo de Elpidio e quando a família soube ficaram entusiasmados. Após dez anos em Hansa a família se muda para a Retorcida, onde fizeram uma sociedade e Elpidio começou a trabalhar na serraria com os filhos Euclides, José, Emanuel, Hercílio e Belarmino e a família passou a morar na Estrada Itapocú. Tudo corria muito bem, tinham três juntas de boi. Emanuel, Hercílio e Belarmino tiravam madeira no mato. Euclides e José trabalhavam de carroceiro e Elpidio e um funcionário serravam as madeiras. Com o casamento de José em 1938, o mesmo saiu da sociedade e com a sugestão de Elpidio o novo casal foi morar no terreno do Caimão.
Em seguida, Elpidio adquiriu outro terreno onde pretendia fazer plantações, assim poderiam conciliar as duas atividades, pois pretendia encerrar a sociedade na serraria, mas continuaria a transportar madeira. A família trabalhou na sociedade da serraria durante uns dois anos, quando em 1939 Elpidio fez uma proposta para o filho Euclides e eles desfizeram a sociedade.
Elpidio ficou com os bois para transportar a madeira e deixou de ser o serrador e Euclides continuou tocando a serraria. Na parte da manhã Elpidio e os filhos puxavam madeira do mato para a serraria, e na parte da tarde plantavam banana e aipim no novo terreno.
O ano seguinte, 1940, foi um ano bom, fizeram bastante farinha e plantaram cinco mil pés de banana e o Emanuel foi trabalhar com o Euclides. Em janeiro de 1941 o Hercílio foi para o Batalhão em Joinville. Na agricultura tudo estava dando certo, Elpidio comprou bastante aipim e já vendia a produção de bananas. Com a saída dos filhos mais velhos de casa, os mais novos, Belarmino, Vicente e Osório, então com onze anos, ajudavam na plantação.
Nesse mesmo ano a mãe de Rosa, Dona Luiza, foi morar com a família de Elpidio, pois os filhos que cuidavam dela tiveram problemas financeiros e de saúde, sendo melhor para ela viver com sua filha.
Em meados de 1941 Elpidio sentiu-se doente, chegando a ficar internado por alguns dias. O médico informou a Euclides que o problema de Elpidio era sério. A família não queria que ele trabalhasse no pesado, mas ele dizia que estava bom e tinha vontade de trabalhar. Às vezes tinha umas crises de febre, mas tomava um remédio e melhorava.
No dia 31 de dezembro de 1941 Elpidio capinou a plantação de milho e de aipim, já com dificuldades e na parte da tarde, como viu que já não conseguiria terminar sozinho, chamou os filhos para o ajudar. Emanuel, Belarmino, Vicente e Lucinda foram para terminar o roçado, mas mesmo assim Elpidio quis ir para animar os filhos. Não aguentando, Elpidio acabou indo para casa antes. A noite, não se levantou para jantar. A família sabia que ele não estava bem, mas ele dizia que não era nada grave. Naquela noite ele custou a pegar no sono. No dia seguinte, primeiro dia do ano, os filhos casados foram visitar a família. Ele pouco conversou, só queria dormir. Nos dias seguintes melhorou.
Em meados de janeiro de 1942, Euclides e Rosa o levaram para São Bento do Sul para uma consulta. O médico especialista fez os exames e disse a ele que retornasse para casa e se alimentasse com sopas gordas de músculo de gado e que tomasse os remédios, pois era apenas fraqueza. Já para o Euclides ele falou que o caso de Elpidio era sério, pois o tumor já havia atingido o fígado e que dentre uns 60 dias ele iria começar a amarelar. Disse que o remédio era aquele que ele estava receitando e que poderiam esperar pelo pior. Elpidio foi para casa contente, porém em abril começou a amarelar.
Os amigos iam lhe visitar e diziam que sua doença era somente icterícia, popularmente conhecida como trisa, e que ele deveria tomar garrafada, pois essa doença o médico não curava. Outros amigos disseram-lhe para procurar um curador que existia em Corupá, um alfaiate chamado Negherbon, que já havia curado pessoas em situação pior. Esperançoso, seu filho Belarmino encilhou os cavalos e os atrelou na carroça e foi atrás deste homem.
Chegando na casa dele, Belarmino contou o caso e queria levar o homem até seu pai, mas este disse que não havia necessidade, pois o remédio da trisa estava no terreno do Sr. João Lorenzi. Se fosse trisa a doença dele era só ele tomar o chá de açafrão com leite por nove dias. Belarmino passou no dito terreno, colheu uma touça de açafrão e voltou para casa contente, pois não queria ver seu pai, um exemplo de dedicação, amor, trabalho, seu grande ídolo, esperando a morte.
Rosa fez o chá e Elpidio tomou por nove dias, mais nove e ainda mais nove. Em meados de julho pediu novamente para que sua mulher fizesse o chá, pois tinha esperança de melhorar. A partir de então ele foi se entregando, já não tinha mais vontade nem de conversar.
Sua esposa não saiu mais da cabeceira de sua cama, até que no dia 07 de setembro de 1942, às 3 horas da manhã, Elpidio Bruno Garcia faleceu, com quase 60 anos, vítima de cirrose hipertrófica. Seu enterro foi no dia seguinte, às 10 horas, no cemitério da Retorcida, atual Nereu Ramos, com grande acompanhamento, pois ele era um homem benquisto. Elpidio nunca desanimou apesar das grandes dificuldades que encontrou e foi sempre um exemplo de dedicação e persistência para os filhos que seguiram este exemplo.
Rosa ficou viúva aos 53 anos de idade, com seis filhos solteiros morando com ela e sua mãe, Dona Luiza. O filho Hercílio ainda estava no Batalhão e em outubro Rosa requereu a sua dispensa para que ele pudesse dar apoio à família que havia perdido seu chefe com filhos ainda menores de idade. No mês seguinte este direito lhe foi concedido. Rosa era forte e corajosa, seu problema era a ferida na perna que continuou lhe incomodando até o fim da vida, porém sofria calada, com disposição e coragem para acalentar e dar forças aos filhos.
No ano de 1944, dona Luiza, mãe de Rosa, que morava na casa com a família, veio a falecer, aos 84 anos.
Em 1946 os filhos Emanuel e Lucinda também se casaram. Morando na casa com Rosa apenas os quatro homens solteiros, Hercílio, Belarmino, Vicente e Osório e a filha Maria das Graças. Tudo continuou dando certo, continuavam fazendo farinha de mandioca, plantando banana e tirando lenha. Assim, pagaram os quatro contos de réis que faltava do terreno.
Em 1949, todos os filhos já eram maiores de idade, nesse ano Belarmino e Hercílio se casam e partem da casa da mãe. Dois anos depois o filho Vicente se casa com Onésia e permanece morando na propriedade da família. Osório foi servir ao Exército e depois disto passou a morar em Joinville.
Rosa passou a morar apenas com a filha Maria das Graça, que não se casou. Ela recebia um abono de 10% do salário do filho Elói, que era funcionário público e Belarmino conseguiu com que a irmã Maria das Graça se aposentasse por invalidez, o que fez com que as duas conseguissem ter uma vida tranquila em questões financeiras.
Em 1954 seu filho Belarmino mudou-se de Hansa para a Retorcida e vendeu sua casa em Hansa para o cunhado João, marido de Lucinda. A família então construiu uma casa pequena, perto da casa de João para que Rosa e Maria das Graça pudessem morar independentes. Porém, devido a uma trovoada muito forte, elas se assustaram e foram morar com João e Lucinda.
Rosa Vieira Rebello faleceu em sua casa, na Estrada Itapocú, em Corupá, com 92 anos, no dia 21 de setembro de 1981, pelas 13 horas, de anemia. Foi sepultada no Cemitério Santo Antonio, em Nereu Ramos.
Elpidio Bruno Garcia hoje é nome de rua em Jaraguá do Sul.

Os filhos de Elpidio e Rosa:

- Euclides Vieira Garcia, o Quido, nasceu no dia 18 de abril de 1910, às quatro horas, na casa dos pais, no Itaperiú, então pertencente à Paraty. Foi batizado no Itaperiú, no dia 21 de janeiro de 1911, pelo Padre Pedro Storms. Foram seus padrinhos os avós maternos, Manoel Vieira e Luiza Vieira. Foi registrado no cartório com a grafia “Euclydes”.
Com cinco anos mudou-se com a família para a Retorcida, atual Nereu Ramos, em Jaraguá do Sul, e aos seis anos para Hansa, onde viveu até os 14 anos, quando morou na Fazenda do Quiriri, em Joinville. O primogênito de uma família com dez filhos, desde criança já tinha suas responsabilidades. Quando tinha 16 anos sua família voltou para Hansa, onde ele trabalhou com o pai e os irmãos transportando madeira e nas demais tentativas do pai em sustentar a família.
Em 1936, com 26 anos, cansado do pouco rendimento dos negócios da família, ele e o irmão Elói decidem aproveitar uma oferta que apareceu. Uma senhora que havia recém ficado viúva e que possuía a Serraria Rancho Bom, numa localidade que hoje pertence ao município de Schroeder, queria vender o estoque de madeira e alugar a serraria.
Euclides, que na época já namorava com Paulina Murara, casou-se com ela em 18 de abril de 1936, em Jaraguá. O casal morou na localidade onde Euclides tocou a serraria por dois anos, onde nasceu o primeiro filho do casal, Lidio Murara Garcia.
Surgiu outra oportunidade de negócio e os irmãos decidiram vender o estoque e desfizeram a sociedade, obtendo um pequeno lucro. Euclides foi então morar com sua família em Nereu Ramos, onde ficaram por alguns anos e ele trabalhou na sociedade de outra serraria com o pai e outros irmãos por mais dois anos, quando em 1939 ele passou a tocar o negócio sozinho.
Homem de visão, foi um líder na comunidade, onde presidiu a comunidade católica e ergueu, com o Pe. Antonio Echelmeyer, a até hoje existente, Igreja de Nossa Senhora do Rosário. Em Jaraguá do Sul foi também Inspetor de Quarteirão na Retorcida.

Euclides Vieira Garcia

Além de Lidio, o casal teve mais nove filhos: José Adolar Garcia (Zezo), Lilian Garcia, Cecília Garcia, Hélio Garcia, Dilma Garcia, Alfredo Murara Garcia, Maria Garcia, Antonio Garcia e Ana Luiza Garcia.
A vida do casal não foi fácil e para tentar uma vida melhor mudaram-se para Porto União, depois para Maringá, no Paraná e por último, em 1959, para Formosa, atual Formosa do Oeste, também no Paraná.
Euclides foi um dos primeiros moradores da cidade, onde construiu uma balsa no Rio Piquiri para o transporte de cargas e pessoas, fazendo a ligação entre Formosa e o município de Goio-Erê. A balsa trouxe o desenvolvimento para Formosa, fato pelo qual Euclides é lembrado na história da cidade.

Balsa de Euclides no Rio Piquiri no ano de 1961.

No principio morou com a família em uma barraca na beira do Rio Piquiri, onde construía a balsa. Mas com o sucesso de seu empreendimento conseguiu poupar um considerável valor, que usou para adquirir vários bens e com isso criou os filhos mais novos com menos dificuldades.
É citado na história da cidade de Formosa do Oeste como homem de extraordinário tino comercial que ajudou a cidade a prosperar e deixou a marca de sua liderança, deixando ao município o magnífico Cine Formosa e os meios de transportes do Rio Piquiri, pois nessa época nunca se esperava que houvesse meios de transpô-lo por meio de pontes, hoje existentes.

Construção do Cine Formosa, em Formosa do Oeste
Inauguração do Cine Formosa, dia histórico para o município

Adquiriu também umas terras e um hotel na praia de Itapoá juntamente com seu irmão Emanuel.

Euclides e Paulina

Euclides Vieira Garcia faleceu no dia 20 de julho de 1972, com 62 anos, vítima de ataque cardíaco. Euclides Vieira Garcia foi homenageado como nome de rua na cidade de Formosa do Oeste.
Seu filho Alfredo Murara Garcia, além de empresário, foi vereador em Formosa do Oeste 1973 a 1977 e governador do Lions Club, cuja cerimônia de posse realizada em Boston, nos Estados Unidos, em 2006. Seu neto Mauro Sérgio Garcia, filho de Lidio Murara Garcia foi vereador e presidente da câmara em Sinop, no Paraná.
O filho Hélio Murara Garcia foi presidente do Rotary Club de Jaraguá do Sul no ano rotário 2005/2006.
Lidio e seu irmão Alfredo foram uns dos pioneiros de Sinop, onde chegaram em 1978 e implantaram uma empresa destocadora. Lidio faleceu no dia 06 de setembro 2012, em Maringá, no Paraná, aos 75 anos, vítima de um câncer contra o qual lutava desde 2011. Ele foi sepultado em Maringá onde residiu antes de ir para Sinop.

- Elói Vieira Garcia nasceu no dia 01 de setembro de 1911, às quatro horas, na casa dos pais, no Itaperiú, então pertencente à Paraty. Recebeu o mesmo nome do tio de seu pai, que se chamava Eloy Benjamin Garcia, irmão de José Francisco. Foi batizado no dia 12 de junho de 1912, no Itaperiú, pelo Padre Augusto Weicherding. Foram seus padrinhos, o avô paterno, José Francisco Garcia e sua segunda esposa, Camilla Maria de Souza. No registro de batismo seu nome está grafado como "Eloy". No seu registro de nascimento consta que ele nasceu em 01 de dezembro de 1912, mas este registro foi feito apenas em 1917 e ele foi batizado antes dessa data.
Quando ele tinha apenas quatro anos seus pais mudaram-se para a Retorcida, em Jaraguá em busca de melhores oportunidades. O casal tinha três filhos pequenos e como Elói era muito apegado aos avós maternos decidiram deixá-lo morando com eles. Elói foi então criado pelos avós maternos.
Comprou um terreno dos tios na Barra do Itapocú e conheceu Rosa Persike. Em 1936, com 25 anos, ele e o irmão mais velho Euclides decidem aproveitar uma oferta que apareceu. Uma senhora que havia recém ficado viúva e que possuía a Serraria Rancho Bom, numa localidade que hoje pertence ao município de Schroeder, queria vender o estoque de madeira e alugar a serraria. Os irmãos tocaram a serraria por dois anos, quando surgiu outra oportunidade de negócio e eles decidiram vender o estoque e desfizeram a sociedade, obtendo com isso um pequeno lucro.
Durante esse período, casou-se com Rosa Persike da Rocha, em 31 de julho de 1937, no Itapocú, . Tiveram nove filhos: Alzerina Garcia, Orestes Garcia (Teco), José Eloi Garcia (Delico), Ademar Garcia (Mazico), Maria Garcia (Lia), Pedro Garcia, Valmor Garcia, Arlete Garcia e Antonio Garcia.
Elói construiu um hotel próximo a Ponte do Itapocú, no Escalvado, onde também teve uma serraria e tornou-se funcionário federal do DER (Departamento de Estradas e Rodagem). Permaneceu morando no Escalvado até falecer, com 59 anos de idade, no dia 19 de janeiro de 1971, num acidente na Ponte do Rio Itajaí-açú.
Rosa Persike faleceu aos 96 anos, no Hospital Dona Helena em Joinville, no dia 08 de janeiro de 2011 e foi sepultada em Araquari.

- José Vieira Garcia nasceu no dia 02 de janeiro de 1914, às oito horas, na casa dos pais, no Itaperiú, então pertencente à Paraty. Foi batizado no dia 20 de janeiro do mesmo ano, no Morro Grande, na missa de São Sebastião, pelo Padre Augusto Weicherding. Foram seus padrinhos os tios maternos, Hormino Vieira Rebello e Lilia Vieira da Rosa.
Ainda bebê, com cerca de um ano de idade, mudou-se com a família para a Retorcida, em Jaraguá do Sul, e aos dois anos para Hansa, onde viveu até os 10 anos, quando passou a morar na Fazenda do Quiriri, em Joinville.
Com 13 anos voltou a morar em Hansa, onde trabalhou com o pai e os irmãos para ajudar no sustento da família. Em 1937 a família se mudou para a Retorcida, onde ele trabalhou na sociedade que fez com o pai e outros irmãos em uma serraria, atuando como carroceiro junto ao irmão Euclides.
Um ano após a compra da serraria, aos 24 anos, José casou com Maria Tissi, em 28 de maio de 1938, em Jaraguá. Após o casamento, José saiu da sociedade, pois não ia dar certo morar junto da família de Euclides. Elpidio então sugeriu que o novo casal fosse morar no terreno dele no Caimão, na Estrada do Itapocú, em Hansa. O terreno não possuía casa, mas logo conseguiram uma casa na cidade de Corupá. Com a ajuda dos irmãos de Maria, que também tinham carroças, a casa foi transportada, e em trinta dias o casal já estava instalado na nova residência, onde construíram sua família.
Tiveram seis filhos: Pedro Garcia, José Vieira Garcia, Elpídio Garcia, Aristides Garcia, Maria da Graça Garcia e Julio Garcia. Seu filho José Vieira Garcia faleceu com dois dias de idade, no dia 20 de março de 1939.
José Vieira Garcia faleceu no dia 13 de maio de 1967, aos 53 anos, vítima de câncer no esôfago.

- Maria da Graça Vieira Garcia, chamada de Gracinha, nasceu no dia 02 de novembro de 1915, na Retorcida, atual Nereu Ramos, em Jaraguá do Sul, com um problema congênito.
Ainda bebê, com cerca de um ano de idade, mudou-se com a família para Hansa, atual Corupá, onde viveu até os oito anos, quando passou a morar na Fazenda do Quiriri, em Joinville. Quando tinha 11 anos sua família voltou para Hansa. Dez anos depois voltou para a Retorcida.
Não se casou e dedicou sua vida para seus sobrinhos, sendo sempre uma companheira para a mãe. Com a saída dos irmãos de casa passou a morar sozinha com a mãe. Em 1951 seu irmão Belarmino registrou sua empresa e registrou-a na empresa e após alguns meses de contribuição ao INPS, conseguiu que a irmã se aposentasse por invalidez. Sua mãe recebia um abono de 10% do salário do filho Elói, que somado a sua aposentadoria, fez com que as duas conseguissem ter uma vida tranquila em questões financeiras.
Em 1954 seu irmão Belarmino mudou-se da Estrada Itapocú, em Hansa para a Retorcida e vendeu sua casa em Hansa para o cunhado João, marido de Lucinda. A família então construiu uma casa pequena, perto da casa de João para que Rosa e Maria das Graça pudessem morar independentes. Porém, devido a uma trovoada muito forte, elas se assustaram e foram morar com João e Lucinda.
Maria da Graça morreu no dia 05 de outubro de 1983, por volta das duas horas, com 68 anos de idade, vítima de câncer generalizado, no Hospital de Saúde São Francisco, em Corupá. Foi sepultada no Cemitério Santo Antonio em Nereu Ramos. Sempre sofreu em silêncio e em seu enterro não faltou sequer um sobrinho que ela tanto amou.

- Emanuel Vieira Garcia, o Lelinho, nasceu no dia 26 de outubro de 1917, às seis horas, na casa dos pais no Ribeirão Funil, em Hansa, atual Corupá, onde viveu parte de sua infância. Seu nome foi registrado no cartório com a grafia “Emanoel”, porém ele assinava “Emanuel”, assim como passou constar em seus outros documentos. Aos sete anos mudou-se com a família para a Fazenda do Quiriri, em Joinville, onde seu pai trabalhava. Quando tinha nove anos sua família voltou para Hansa, onde trabalhou com o pai e os irmãos para ajudar no sustento da família.
Em 1937 a família se mudou para a Retorcida e na sociedade que seu pai fez em uma serraria ele trabalhou tirando madeira no mato junto aos irmãos Hercílio e Belarmino. Em 1939, seu pai desfez a sociedade na serraria, mas continuou a transportar madeira. Na parte da manhã ele, o pai e alguns irmãos puxavam madeira do mato para a serraria, e na parte da tarde plantavam banana e aipim no terreno da família. No ano seguinte, 1940, foi um ano bom para a família, fizeram bastante farinha e já tinham muitos pés banana e Emanuel passou a trabalhar com o irmão Euclides que continuou tocando a serraria.
Emanuel fez o curso de tiro de guerra em Corupá e era reservista de terceira categoria, como o país estava em guerra, em dezembro de 1944 foi convocado. Esteve no Batalhão até 1946, quando requereu sua dispensa, pois já tinha acabado a guerra.
Com 28 anos casou com Ottilia Moretti, no dia 05 de janeiro de 1946, às 15 horas, no cartório de Corupá. Ottilia tinha 24 anos, nasceu no dia 19 de julho de 1921 Hansa, descendente de italianos, era filha de Angelo Moretti e de Maria Demarchi e também morava na Estrada Itapocú. Foram testemunhas seu irmão Hercilio Bruno Garcia, Alfredo Verissimo Gabriel, Odelia Moretti e Clara Minel.
Em meados de 1946 Emanuel comprou o comércio de Lourenço Roberti em Corupá. O casal teve ao todo seis filhos: Wilson Rubens Moretti Garcia, Ivone Garcia, Renato Garcia, João Batista Moretti Garcia, Gilberto Luiz Moretti Garcia e Josemar Gilvano Morette Garcia.
Ainda em 1948 foram embora para Cruz Alta, no Rio Grande do Sul e ao voltarem de Santa Maria, também no Rio Grande, Emanuel comprou um restaurante na Enseada, em São Francisco do Sul. Após isso, adquiriu umas terras e um hotel na praia de Itapoá juntamente com seu irmão Euclides. Além de trabalhar no hotel, ele começou a abrir estradas para fazer um loteamento. Na época era muito difícil conseguir máquinas pesadas, mas ele não desistia. O hotel não deu muito certo, pois era uma praia com pouco movimento e ele então mudou-se com sua família para as novas terras.
Apesar das muitas dificuldades, Emanuel e Otília não desanimaram e conquistaram seus objetivos. Após alguns anos mudaram-se para Joinville e juntamente com Osório abriram uma serraria na localidade do Rio Bonito. Trabalharam por alguns anos até que desfizeram a sociedade.
Emanuel Vieira Garcia faleceu no dia 14 de outubro de 1997, doze dias antes de completar 80 anos, vítima de um ataque cardíaco. Todo seu trabalho em Itapoá foi reconhecido com uma rua que leva seu nome.
Seu filho Wilson Rubens Moretti Garcia foi vereador em Itapoá de 2001 a 2004, Garcia, como era popularmente conhecido, também foi eleito para o mandato de 1997 a 2000, do qual se licenciou para assumir a Secretaria Municipal de Obras e Serviços Públicos local. Ele faleceu no dia 08 de janeiro de 2016, aos 69 anos de idade.
Seu neto Jefinho Garcia, filho de Wilson, também foi eleito vereador para 2013 a 2016 e se licenciou para ser secretário municipal de Obras e Serviços Públicos de Itapoá.

- Hercílio Bruno Garcia, o Cici, nasceu no dia 20 de fevereiro de 1920, às quatro horas, na casa dos pais, na Estrada Itapocú, em Hansa, Corupá. Foi batizado pelo Padre Othmar Baumeister, no dia 20 de janeiro de 1923, no Morro Grande, na missa de São Sebastião, em visita a família materna. Foram seus padrinhos José Vieira da Rosa e sua mulher Anna Maria Duarte da Silveira.
Quando com quatro anos de idade mudou-se com a família para a Fazenda do Quiriri, em Joinville, onde seu pai trabalhou. Com quase sete anos de idade sua família voltou para Hansa, onde ele trabalhou com o pai e os irmãos para ajudar no sustento da família.
Em 1936, com 16 anos foi trabalhar como cozinheiro na serraria que os irmãos Euclides e Elói administraram por dois anos, numa localidade hoje pertencente ao município de Schroeder. Em 1937 mudou-se com a família para a Retorcida, onde trabalhou tirando madeira no mato junto aos irmãos Emanuel e Belarmino na sociedade que seu pai fez em uma serraria. Em 1939, seu pai desfez a sociedade na serraria, mas continuou a transportar madeira. Na parte da manhã ele, o pai e alguns irmãos puxavam madeira do mato para a serraria que continuou a ser tocada por seu irmão Euclides, e na parte da tarde plantavam banana e aipim no terreno da família.
Quando jovem, sua diversão era dançar nos bailes de sábado, quando tinha em Corupá era mais fácil, ou então, ele e o irmão Belarmino, iam a cavalo até Barra Velha.
Em janeiro de 1941 foi para o Batalhão, onde permaneceu até novembro de 1942, recebeu baixa por conta da morte do pai. Por este mesmo motivo passou a ser o responsável pelos irmãos mais novos e pelo sustento da família, trabalhando na plantação da família. Em meados de 1946 foi trabalhar com o irmão Emanuel que havia comprado um comércio em Corupá, onde permaneceu até 1948.
Casou com Rosália Neumann, em 11 de junho de 1949, às 14 e 30 horas, no cartório de Corupá. Foram testemunhas seu irmão Belarmino Garcia com a mulher Helena Sarti, seu irmão Vicente Garcia e Onesia Moretti, que no ano seguinte se casaram, e Affonso Langhanner. Rosalia morava em Corupá e era natural de Bendito Timbó, onde nasceu ao dia 20 de março de 1929, filha de José Neumann e de Martha Neumann, naturais de Santa Maria.
O casal foi morar em Joinville onde comprou um comércio quase falido e com sacrifício progrediram e mais tarde adquiriram um comércio maior. Tiveram dois filhos, Aurora Garcia e Moacir Garcia.
Hercílio construiu uma casa de destaque para a época, abriu uma próspera sorveteria e Rosália uma loja de costura e tiveram uma vida comercial que transcorreu com sucesso.
Rosália faleceu e após viuvar Hercílio se casou com Tereza Murara, nascida no dia 29 de abril de 1940, filha de Augusto Murara e de Paschoa Mathedi, em Joinville, no dia 15 de janeiro de 1985, e passou a morar com ela em Nereu Ramos.
Hercilio Bruno Garcia faleceu às sete e meia do dia 05 de julho de 2011, com 91 anos. O seu sepultamento foi realizado no dia seguinte, sendo levado da Capela Mortuária de Nereu Ramos para o cemitério municipal de Joinville.

- Belarmino Garcia, o Belo, nasceu no dia 01 de janeiro de 1922, às quatro horas, na casa da família, na Estrada Itapocú, em Hansa, atual Corupá. Quando tinha apenas dois anos de idade mudou-se com a família para a Fazenda do Quiriri, em Joinville, onde seu pai trabalhou. Quando tinha cinco anos de idade sua família voltou para Hansa.
Durante a infância caminhava oito quilômetros até a escola, ele e os irmãos saiam de casa às 7 horas e retornavam às 14 horas. Estudou até a 4ª série primária. Ainda jovem já trabalhava com o pai e os irmãos para ajudar no sustento da família.
Em 1937 a família se mudou para a Retorcida, onde ele trabalhou tirando madeira no mato junto aos irmãos Emanuel e Hercílio na sociedade que seu pai fez em uma serraria. Em 1939, seu pai desfez a sociedade na serraria, mas continuou a transportar madeira. Na parte da manhã ele, o pai e alguns irmãos puxavam madeira do mato para a serraria que continuou a ser tocada por seu irmão Euclides, e na parte da tarde plantavam banana e aipim no terreno da família. Como tudo estava dando certo para a família, permaneceu trabalhando como agricultor.
Quando jovem, sua diversão era dançar nos bailes de sábado em Corupá, ou quando não tinha lá, ele e o irmão Hercílio, iam a cavalo até Barra Velha, aproveitando a juventude da maneira que era possível.
A partir de 1946 fez sociedade com alguns irmãos e com o cunhado num alambique de cachaça e dois anos depois decidiram encerrar a sociedade. Nessa época já havia construído uma casa na Estrada Hansa, ao lado da casa da mãe e estava namorando Helena Sarti, nascida em 07 de novembro de 1926, filha de Gennaro Sarti e Amabile Murara, descendente de italianos, moradores na Estrada Nova.
Pronto para construir sua família, casou-se em uma cerimônia simples com Helena em 26 de fevereiro de 1949, no cartório de Corupá, ele com 27 anos e ela com 23 anos. Foram seus padrinhos de casamento seu irmão Hercílio, amigo de todas as festas, Ana Sarti, irmã de Helena, e Alvaro João Bertoli e Justina Sarti Bertoli, patrões de Helena.
Com apenas 15 dias de casados, Helena teve uma crise de apendicite e somente em São Bento do Sul havia médico cirurgião. O casal pegou um trem em Corupá às 9 horas e chegaram a São Bento às 13 horas. Foram horas intermináveis, pois Helena estava fraca e tinha dores horríveis e ele nada podia fazer. Chegaram na frente do hospital, mas o médico havia sido chamado para Campo Alegre para atender uma paciente. Helena tinha dor e febre e Belarmino então pediu para uma vizinha se poderiam se sentar na varanda de sua casa até a chegada do médico. Anoiteceu e após longa espera o médico chegou e a internou, pois iria operá-la na manhã seguinte. Ela passou bem e a tarde Belarmino voltou para casa de trem, para avisar a família e buscar o dinheiro para pagar a cirurgia. Recuperada, após quatro dias Holena voltou para casa.
Belarmino e seu irmão Vicente continuaram a trabalhar na agricultura, fizeram bastante farinha e venderam bastante banana e compraram o terreno no Caimão do Euclides por setenta contos de réis. Em 1951 Belarmino registrou sua empresa, passando a ser um exportador de frutas, especialmente bananas. Em 1954 mudou-se para a Retorcida, para a sua tão sonhada casa de alvenaria, vendendo a casa em Hansa para o cunhado João.
Em 1956 o excesso de banana era grande e Belarmino não conseguia embarcar toda a produção pela estrada de ferro para o Rio Grande do Sul, fazendo com que se perdesse muito fruta e dinheiro. Para não perder produto Belarmino decidiu abrir uma estufa para secar bananas. Para isso foi preciso mudar o registro da empresa, um processo trabalhoso na época e o produto passou a se chamar Passas de Banana São Jorge.
Percebeu que precisava amplia seus conhecimentos, pois para um comerciante o estudo que tinha era pouco. Decidiu então fazer o curso de Técnico em Contabilidade por correspondência do Instituto Universal Brasileiro. Passou muito trabalho, pois não tinha quem o orientasse, era esperto e conseguiu chegar até o fim, porém ainda tinha um grande obstáculo, a prova final onde deveria fazer um balanço anual. Pediu ajuda a Paulo Moretti, cunhado de seu irmão Vicente, que embora também nunca tivesse feito um, o ajudou. Enviou o balanço e foi aprovado em 1957.
A estação ferroviária era em frente a sua casa e como era comum acontecerem acidentes nos trilhos do trem, sua casa servia de hotel para os passageiros que não conseguiam seguir viagem, mais uma forma que usava para adquirir conhecimento e dinheiro.
Em 1957 também abriu um comércio de secos e molhados. Helena tinha prática em vendas, pois desde os 14 anos até o casamento havia trabalhado no comércio. Quando ainda montava as prateleiras, por coincidência passou por lá o vendedor Mario Mahfud, que trabalhava para a firma de Germano Stein de Joinville, para quem seu pai Elpidio transportava mercadorias enquanto ainda morava no Itaperiú. Após a primeira compra com a empresa de Germano Stein, viu que o negócio daria certo e passou a comprar também das empresas Grubba e Breithaupt, ambas de Jaraguá do Sul. Essas três empresas passaram a serem seus fornecedores. Com o tempo passou a vender também tecidos, comprando-os do vendedor Aláudio Carvalho que trabalhava para a Willy Siervert de Blumenau. Com seus fornecedores tinha a opção de pagamento parcelado, o que ajudou na prosperidade do negócio.
Nesta época adquiriu um caminhão da marca Studebacker 1951, porém ele era velho e só dava problemas. Além da loja, em 1957 tornou-se sócio de Arlindo Schiochet numa fábrica de polpa de goiaba e doce de frutas. Vendiam a produção para a empresa Germano Stein de Joinville, mas não deu muito certo pois a empresa precisava de reformas e isso acarretaria em investimentos, além do sócio também ser agricultor e querer trabalhar somente na época da safra. Ficaram na sociedade por dois anos e resolveram fechar a empresa.
Em 1959, além do comércio, Belarmino tinha a fábrica de banana seca, com alguns empregados, todos registrados, mas a demanda do produto não suportava mais as instalações, que precisavam ser modernizadas. Como o lucro não compensaria o investimento, resolveu fechar a fábrica, pois com o comércio já dava para sustentar a família.
O progresso estava chegando a localidade em que moravam. Em 1960 vieram do Rio de Janeiro as irmãs de caridade com o intuito de abrir um hospital, para melhor atender a população e abriram um Jardim de Infância até que o hospital pudesse ser construído. Belarmino era o presidente da Igreja e participou ativamente para que o Jardim de Infância e hospital funcionassem. Porém, apesar dos esforços, com o pouco apoio que receberam, as irmãs foram embora.
Belarmino e Helena tiveram cinco filhos: Rosa Sarti Garcia, Luiz Carlos Sarti Garcia, Paulo Sarti Garcia, Ana Valdete Sarti Garcia e Elenice Amabile Sarti Garcia. Helena sempre se preocupou com a saúde dos filhos, não deixando de lado os cuidados para que não adoecessem.
Em 1960 Belarmino conseguiu fazer uma reforma em sua casa e ampliá-la. Os filhos mais velhos já ajudavam no comércio e ele resolveu vender a sociedade que tinha com Vicente e com João no engenho de farinha. Em 1964 desistiu de exportar bananas em vagões pela estrada de ferro.
Em 1966 estava tudo indo bem e após uma melhora na economia do país conseguiu comprar uma Kombi zero quilômetro, depois de ter somente carros usados, como um Ford A ano 1930, um Nash 1951, um carro luxuoso de difícil manutenção que trocou por um DKW alemão. Servia de táxi e fez muitas viagens para as pessoas de Nereu Ramos, muitas vezes de graça, sem se importar, pois sempre tinha o agradecimento das pessoas, em sua maioria clientes de seu comércio, que o ajudavam a crescer.
Sempre desejou que os filhos tivessem estudos e cultura, por isso era assinante do Jornal Estado de São Paulo, que na época era o meio de comunicação mais completo. Todos os dias os filhos tinham que ler uma matéria para exercitar a leitura e adquirir conhecimentos. Os anos foram passando e todos os filhos ajudavam no comércio de secos e molhados.
No final de 1967 sua filha Rosa começou a adoecer. Ela fez tratamento com o Dr. Evaldo em Jaraguá do Sul, onde realizou vários exames e não acharam o que ela realmente tinha. No dia 06 de janeiro de 1968, Belarmino a levou para fazer um exame de sangue, após no dia anterior terem voltado mais cedo do passeio até a praia de Itapoá na casa de seu irmão Emanuel, por conta da doença da filha que sentia dores e febre que ia aumentando. Quando o resultado chegou o médico pediu para que Belarmino a levasse para Curitiba, onde teria especialistas para o caso dela, que estava com leucemia.
Nesta época eram pouquíssimas as chances de cura, mas mesmo assim começaram o tratamento e ela jamais desanimou. Esteve internada por muitos dias e recebia transfusão de sangue. Belarmino a retirou do hospital para que ela pudesse ir num baile que desejava e apesar da insistência dos médicos para que ela retornasse ao hospital, Belarmino e Helena decidiram que ela iria tomar os remédios em casa, pois se voltasse para o hospital não voltaria mais viva para a casa. Rosa se despediu da família e faleceu as quatro da manhã do dia 24 de julho de 1968.
Após ter já ter sido presidente da igreja, da APP do Grupo Escolar e militante da UDN, decide se candidatar a vereador, que na época não recebia salário. Em 1968 foi eleito vereador pelo extinto Arena, exercendo o cargo de 1969 a 1972. Em 1973 se candidatou novamente, mas como a localidade lançou outro candidato nenhum dos dois se elegeu.
Em 1976 ampliou seu comércio com um novo prédio e o pequeno comércio de secos e molhados virou um supermercado e também abriu uma confecção de roupas, funcionou por um tempo até que decidiu fechá-la. Em 1980 decidiu se aposentar.
No dia 03 de julho de 1982 passou por uma cirurgia de emergência em Curitiba após passar mal três dias antes, porém logo se recuperou e ficou curado.
Helena adoeceu em dezembro de 1984 e após muitos exames foi constatado que ela estava com carcinoma de cólon do reto. Foi operada, mas o tumor se espalhou. Em 1985 ela piorou.
Em 1986 Belarmino abriu a empresa Belenice em parceria com os filhos.
Helena piorou e foi internada no Hospital Jaraguá, onde faleceu no dia 14 de julho de 1986, às 18 horas.
Após viuvar Belarmino casou com Osair Fagundes Zimmermann, no dia 11 de março de 1988. Ela tinha quatro filhos, Julio, Cristiane, já casados e Kátia e Moacir, passaram a morar com Belarmino.
Belarmino Garcia escreveu um livro intitulado Minha Vida, no qual conta sua história e de sua família. Ele faleceu no dia 18 de julho de 2012, em Jaraguá do Sul.

- Lucinda Vieira Garcia, a Zita, nasceu no dia 04 de novembro de 1924, no Quiriri, em Joinville. Recebeu o nome da avó, nome que já permanecia na família em cinco gerações, pois sua bisavó e sua trisavó também assim se chamavam. Ainda pequena, com dois anos de idade mudou-se com a família para Hansa, atual Corupá, onde cresceu e trabalhou nas tarefas do lar e da lavoura para ajudar no sustento da família.
Em 21 de setembro de 1946, casou com João da Silva, natural de Itajaí. João trabalhava com o pai, que não tinha terreno e plantava em terrenos arrendados. Como a família de Lucinda tinha uma casa e um terreno na localidade de Ribeirão Cavalo, em Nereu Ramos. Seus irmãos tiveram a ideia de fabricar cachaça no local. Formaram uma sociedade composta pelos irmãos Euclides, Emanuel, Hercílio, Belarmino e por João, marido de Lucinda. Cada um dos sócios contribuiu com partes iguais, mas só João receberia um ordenado, pois ficou com a função de gerente.
Construíram um rancho e compraram uma moenda de cana do Ceccatti, de Santa Luiza. Como tinha eletricidade e o transformador era muito fraco, não suportando o motor elétrico, tiveram que comprar um motor a óleo. O novo era muito caro e tinha que fazer pedido e esperar a entrega. Com a pressa para começarem a produzir, compraram um motor usado, mas revisado, em perfeito estado de conservação, que era utilizado em uma lancha. A fabricação de cachaça deu certo por dois anos. A produção poderia ser maior, mas havia escassez de matéria-prima, mesmo assim dava para as despesas.
Um dia ocorreu um acidente. João tinha moído cana e deixou o motor na lenta para encher a caixa d’água. Sem perceber que o motor estava ligado o funcionário Ercilio Dias passou pela transmissão e enrolou a camisa, caindo e batendo com a cabeça no chão, vindo a falecer na hora. Estavam segurados e o pai dele, o Sr. Marcelo Dias, recebeu o seguro. Caso não tivessem o seguro teriam quebrado de vez. As coisas já não iam bem e com este acidente veio o desânimo. Resolveram vender tudo e só perderam a quantia que entraram na sociedade, liquidaram a fábrica e pagaram tudo que deviam.
Com o fim da sociedade João passou a trabalhar numa firma que consertava pontes da estrada de ferro, quando sofreu um acidente ao cuidar do bate-estaca, o martelo saiu do trilho, passando o cabo de aço no calcanhar dele, cortando boa parte. João foi internado em Joinville e Lucinda e os dois filhos que o casal já tinha, Maria e José, foram morar com seu irmão Belarmino.
Lucinda estava grávida e Aluísio nasceu na casa de Belarmino. Apesar do que aconteceu com João, tudo estava indo bem, porém enquanto Lucinda estava na quarentena pegou uma gripe muito forte que atingiu seus pulmões. Ela foi levada até Joinville e após fazer alguns exames o Dr. Pedro Lobo a proibiu de amamentar e cuidar do recém-nascido, pois os remédios e a doença poderiam prejudicá-lo. Por sorte suas cunhadas Helena e Onésia também tinham filhos recém-nascidos e amamentaram Aluísio, e Lucinda ficou morando com sua mãe Rosa e com a irmã Maria da Graça até melhorar.
João melhorou e a firma o transferiu para Herval do Oeste para poder aposentá-lo. Nesse tempo os filhos de Lucinda foram crescendo sempre companheiras aos primos, filhos de Belarmino e Vicente.
Lucinda e João tiveram ao todo oito filhos: Maria da Silva, José da Silva, Aluísio da Silva, Osvaldo da Silva, Carlos Alberto da Silva, falecido ainda criança, Salete da Silva, Alceu da Silva e Elizete da Silva.
Em 1954 João comprou a casa do seu cunhado Belarmino em Hansa. A família de Lucinda construiu uma casa pequena, perto da casa de João para que Rosa e Maria das Graça pudessem morar independentes. Porém, devido a uma trovoada muito forte, elas se assustaram e foram morar com João e Lucinda.
Além dos oito filhos, no dia 24 de novembro de 1960, Lucinda sofreu um aborto no quinto mês de gestação, por conta de uma anemia e problema pulmonar. O bebê nasceu morto, no Hospital Jesus de Nazaré, em Corupá, e recebeu o nome de Antonio Garcia da Silva. O bebê foi sepultado no Cemitério Santo Antonio.
Lucinda Vieira Garcia faleceu no dia 03 de julho de 1991, com 67 anos, vítima de insuficiência respiratória.

- Vicente Paulo Vieira Garcia nasceu no dia 19 de julho de 1926, por volta das dezoito horas, no domicílio da família, no Quiriri, em Joinville. Ainda bebê, no início do ano seguinte mudou-se com a família para Hansa, atual Corupá, onde cresceu. Em 1937 mudou-se com a família para a Retorcida, atual Nereu Ramos, e moraram na Estrada Itapocú.
Com a saída dos irmãos mais velhos da casa dos pais, antes dos quinze anos passou a ajudar na plantação de aipim e banana da família, trabalhando com os irmãos Belarmino e Osório. Após a morte do pai, em 1942, o irmão Hercílio voltou para casa e passou a ajudá-los nas atividades da família.
Vicente e seu irmão Belarmino continuaram a trabalhar na agricultura, fizeram bastante farinha e venderam bastante banana e compraram o terreno no Caimão do Euclides por setenta contos de réis.
Vicente casou com Onnesia Moretti, em 19 de maio de 1951. Foram testemunhas, seu irmão Osorio Garcia e Vergilio Moretti, Emilia Moretti e Etelvina Moretti. Onesia nasceu em Jaraguá do Sul no dia 25 de maio de 1928 e era descendente de italianos, filha de Francisco e Rosa Moretti, moradores na Estrada Poço D’Anta.
Vicente permaneceu morando na propriedade da família e construiu uma casa para sua família ao lado da casa de sua mãe. Teve dez filhos: Francisco Airton Garcia (Chico), Terezinha Garcia, Verissimo José Garcia, Ademir Moretti Garcia, Antonio Moretti Garcia, Marcos José Garcia, Eugênio Moretti Garcia (Geno), Vera Lucia Garcia, Rosa Maria Garcia e Vicente Moretti Garcia Junior. Terezinha faleceu ainda criança.
Em 1960 Belarmino resolveu vender a sociedade que tinha com ele e com João no engenho de farinha. Em 1962 comprou um caminhão e abriu uma sociedade com Celso Zanluca de Nova Trento para o transporte da produção de banana.
Seu filho Francisco Airton Garcia foi Prefeito de Araquari. Já seu filho Eugênio Moretti Garcia, foi vereador em Jaraguá do Sul e presidiu a Câmara de Vereadores.
Seu filho Ademir Moretti Garcia faleceu em um trágico acidente e foi homenageado como nome de uma rua em Nereu Ramos.
O filho Antônio Moretti Garcia trabalhava como representante comercial da empresa alimentícia Duas Rodas, de Jaraguá do Sul, e morava havia quinze anos no Estado de São Paulo com a mulher e três filhos. Antonio foi assassinado, às sete e meia da manhã do dia 03 de junho de 2004, aos 46 anos, em Rio Claro, interior de São Paulo, durante uma tentativa de assalto em sua residência. Ele foi surpreendido por dois ladrões ao abrir a porta de casa para levar os filhos ao colégio e levou um tiro na cabeça quando tentou impedir a entrada dos bandidos na casa. Foi sepultado em Corupá, onde moravam seus pais.

Osorio Vieira Garcia nasceu no dia 10 de setembro de 1929, às dez horas, na casa dos pais, em Hansa, Corupá, onde cresceu, sendo o caçula de uma família de dez filhos.
Com a saída dos irmãos mais velhos da casa dos pais, com apenas onze anos passou a ajudar na plantação de aipim e banana da família, trabalhando com os irmãos Belarmino e Vicente, que também tiravam lenha. Após a morte do pai, em 1942, o irmão Hercílio voltou para casa e passou a ajudá-los nas atividades da família.
Osorio foi servir ao Exército e ao retornar associou-se com o irmão Hercílio. Permaneceu na sociedade e começou a construir sua vida. Construiu uma boa casa e ficou morando com Hercílio até se casar com Maria Verônica Bueno de Miranda, em 01 de dezembro de 1956, em Joinville, com quem tive três filhos: José Sidnei de Miranda Garcia, Osório Garcia e Sueli Garcia.
Osorio saiu da sociedade com Hercílio e abriu um comércio em Joinville, foi muito bem, conseguindo dar bom estudo e formação para seus filhos. Com o passar dos anos a cidade cresceu bastante, supermercados começaram a surgir e os comércios pequenos já não conseguiam sobreviver.
Com os filhos já adultos, juntamente com seu irmão Emanuel, Osório abriu uma serraria na localidade do Rio Bonito, em Joinville, onde ele trabalhou como representante. Trabalharam por alguns anos até que desfizeram a sociedade.
Osorio passou a trabalhar como representante até sua aposentadoria, quando passou a morar com a mulher em uma confortável residência no Balneário Barra do Sul.



- CESARINA IGNES GARCIA (Gina) 

Cesarina Ignes Garcia, a Gina nasceu no dia 20 de abril de 1884, na Freguesia de São Pedro Apóstolo, em Gaspar, sendo a primeira filha mulher de Lucinda e José Francisco que já tinham Elpidio. Foi batizada no dia 02 de agosto do mesmo ano, na Capela de São Pedro Apóstolo, pelo Padre Henrique Matz. Foram seus padrinhos, seu tio paterno Silvano Bento Garcia e Maria Ignacia de Oliveira, ambos solteiros. Em alguns registros, seu nome consta como Cesarina Lucinda.
Em 1890, quando ela tinha apenas seis anos, sua família se mudou para o Itaperiú, localidade para onde já havia se mudado a família de sua mãe. Aprendeu a ler e a escrever. Com 13 anos, ela e os quatro irmãos perderam a mãe. Com o segundo casamento do pai, em 1897, com uma jovem de 16 anos, ganhou mais oito irmãos. Continuou morando com a família no Itaperiú, onde conheceu Petronilho.
Petronilho Francisco de Borba nasceu no dia 31 de maio de 1877, no Itaperiú e era filho de Francisco José de Borba e de Leonida Maria Pereira, residentes no Itaperiú. Foi batizado no dia 26 de novembro do mesmo ano, em Barra Velha, pelo Padre João Domingues Alvares Veiga. Foram seus padrinhos, José de Borba e a sagrada proteção de Nossa Senhora da Conceição. Não aprendeu a ler e nem escrever.
Quando Cesarina tinha 20 anos e Petronilho tinha 27 anos, eles se casaram. A união civil do casal ocorreu na residência de seu pai, no dia 30 de julho de 1904, às cinco horas da tarde. Ignacio José de Avila era o Juiz de Paz e João Olegario da Silva, o Escrivão. Foram testemunhas, Roberto Manoel Ribeiro, de 31 anos, Bernardino José de Borba, tio de Petronilho, Thomaz Francisco Garcia, seu tio paterno e Filumina Rosa Bernardes, sua tia materna, todos lavradores e moradores no Itaperiú. Também estavam presentes, Silvano Bento Garcia, seu tio paterno, Umbelino Damasio de Brito, Abilio Julio dos Passos e Manoel Joze de Souza, seu tio, marido de Filumina. Na ocasião, o pai de Petronilho já era falecido.
Já o casamento religioso ocorreu apenas no dia 13 de dezembro de 1915, na Capela do Itaperiú, e foi realizado pelo Padre Augusto Weicherding. Foram testemunhas o italiano Baptista Dal Ri, e seu tio materno José Jeremias Bernardes. Na ocasião, Cesarina estava grávida do quinto filho do casal, Anisio, que nasceu em março do ano seguinte.
O casal morou no Itaperiú, onde Petronilho foi lavrador e Cesarina foi costureira e lavradora. No Itaperiú nasceram seus oito filhos: Francisco Petronilho Borba, José Petronilho Borba, Arlindo Petronilho Borba, Lucinda Cezarina Borba, Anisio Petronilho Borba, Floriza Cezarina Borba, João Petronilho Borba e Antonio Petronilho Borba.


Anisio e João

Os quatro filhos mais velhos já haviam se casado, quando Petronilho Francisco de Borba faleceu de morte natural, no Itaperiú, no dia 29 de dezembro de 1941, às dez horas, aos 65 anos. Ele foi sepultado no cemitério de São João do Itaperiú.
Em março de 1943 faleceu o filho José. No ano seguinte, em outubro, faleceu o filho Francisco.
Cesarina Ignes Garcia faleceu em sua residência, no dia 25 de agosto de 1945, às nove horas, aos 61 anos, de morte natural. Foi sepultada no cemitério de São João do Itaperiú.

Os filhos de Cesarina e Petronilho:

- Francisco Petronilho Borba nasceu no dia 21 de outubro de 1905, no Itaperiú. Foi batizado no dia 23 de maio de 1907, na Capela do Itapocú, pelo Padre Henrique Lindgens. Foram seus padrinhos seus tios, Amaro Francisco de Borba, irmão de seu pai, e Rosa Lucinda Garcia, irmã de sua mãe.
Casou com Antonia Maria Rosa, nascida por volta de 1912, filha de Domingos José da Rosa e Maria Eduarda da Conceição, em Joinville. O casal teve o filho José Francisco, nascido por volta de 1938 e a filha, Maria Borba, nascida por volta de 1943. José Francisco faleceu com apenas 3 anos, no dia 22 de setembro de 1941, no Itaperiú. 
Francisco Petronilho Borba faleceu três dias após completar 39 anos, de morte natural, no dia 24 de outubro de 1944, às oito horas, no Itaperiú. Foi sepultado no cemitério de São João do Itaperiú.

- José Petronilho Borba nasceu em fevereiro de 1908, no Itaperiú. Foi batizado no dia 10 de setembro de 1910, na Capela do Itapocú, pelo Padre Pedro Storms. Foram seus padrinhos seus tios, Elpidio Bruno Garcia, irmão de sua mãe, e Rosa Leonida de Borba, irmã de seu pai.
Casou com Maria Francisca de Borba, em 15 de janeiro de 1938, com quem teve uma filha A...? Borba, nascido por volta de 1941.
José Petronilho Borba faleceu com 35 anos, de morte natural, em seu domicílio, no Itaperiú, no dia 23 de março de 1943, às seis horas. Foi sepultado no cemitério de São João do Itaperiú.

- Arlindo Petronilho Borba nasceu em 08 de julho de 1910, no Itaperiú. Foi batizado no dia 21 de setembro de 1913, no Itaperiú, pelo Padre Augusto Weicherding. Foram seus padrinhos, o avô materno, José Francisco Garcia e sua segunda esposa, Camilla Maria de Souza. Casou com Maria Francisca de Borba, em 04 de novembro de 1933. Teve os filhos Donilia Borba, falecida com apenas 8 dias, em 12 de agosto de 1935, no Itaperiú, e Petronilho Arlindo Borba.

- Lucinda Cezarina Borba nasceu no dia 03 de dezembro de 1912, no Itaperiú, recebendo o nome da avó materna. Foi batizada no dia 23 de novembro de 1916, na Capela São João, pelo Padre Augusto Weicherding. Foram seus padrinhos João Francisco de Borba e Maria Francisca de Borba.
Casou com João Felicio da Rosa, nascido por volta de 1908, filho de Domingos José da Rosa e Maria Eduarda da Conceição, no dia 18 de março de 1933.
O casal morou no Itaperiú, onde tiveram onze filhos, entre eles Valdomiro João da Rosa (Vadico) e Raulino João da Rosa. O casal trabalhou na roça, plantando arroz, mandioca, fabricando farinha, açúcar e outros produtos. Os filhos os ajudavam desde cedo. A família mudou-se para a localidade do Morro Grande. As terras da família eram cortadas pelo rio Itapocú, que nunca foi um empecilho para o plantio de arroz, mandioca, trabalho no engenho ou demais atividades na outra margem do rio. Atravessavam o rio em uma batera com alguns bois nadando. A travessia dos bois não era difícil e era possível até deixá-los sozinhos, mas os cavalos tinham que ser acompanhados com bastante cuidado, pois eles se apavoravam na água e poderiam morrer afogados.
João Felicio e Lucinda já faleceram. João Felicio da Rosa é nome de rua em Barra Velha.

- Anisio Petronilho Borba nasceu no dia 31 de março de 1916, no Itaperiú. Foi batizado no dia 10 de março do ano seguinte, no Itaperiú, pelo Padre José Schmitz. Foram seus padrinhos os tios maternos Jovito Bruno Garcia e sua esposa, Ernestina Maria de Avila.
Casou com Nair Coelho, em 31 de maio de 1945, no cartório de Barra Velha. Nair era filha de Amaro Coelho de Bella Cruz e de Luiza Bernardina Coelho e nasceu na casa dos pais, no Itaperiú, no dia 15 de maio de 1920.
O casal morou em São João do Itaperiú e tiveram o filho Arci Borba, falecido aos três anos de idade.

- Floriza Cezarina Borba nasceu no dia 29 de dezembro de 1918, no Itaperiú. Foi batizada no dia 29 de novembro do ano seguinte, no Itaperiú, pelo Padre José Schmitz. Foram seus padrinhos João José Garcia e Anna Generosa Garcia, primos de sua mãe, filhos de Thomaz Francisco Garcia, que era irmão de José Francisco.
Casou com Antonio João Borba, nascido no dia 15 de novembro de 1912, em 10 de fevereiro de 19** e no civil em 27 de setembro de 1944.
Tiveram três filhos: Maria Borba, José Antônio Borba e João Antônio Borba. 
Antonio João Borba faleceu no dia 10 de fevereiro de 1968. Floriza Cezarina Borba faleceu no dia 10 de abril de 1982.

- João Borba, o João Petronilho, nasceu às sete horas da noite, no dia 15 de julho de 1921, na casa dos pais, no Itaperiú. No registro de batismo consta que ele nasceu dia 24 de junho, talvez pelo fato de ser esse dia de São João, Santo ao qual ele leva o mesmo nome. Foi batizado no dia 15 de outubro do ano seguinte, na Capela São João Batista, pelo Padre Othmar Baumeister. Foram seus padrinhos José Amancio Ramos e Maria Leonida de Borba. Aprendeu a ler e a escrever.
Casou com Maria Espindula, nascida no dia 06 de setembro de 1926, filha de Tertulino João de Espindula e Antonia Clara da Silveira, moradores em Santo Antonio, no dia 08 de dezembro de 1945, na casa de seu sogro, no Itaperiú. A mãe de Maria já era falecida.

- Antonio Petronilho Borba nasceu no Itaperiú, no dia 13 de junho de 1924, dia de Santo Antonio, recebendo o nome do Santo. 
Casou com Rosa Francisca de Oliveira, nascida no dia 06 de setembro de 1926, no dia 20 de abril de 1946.



- ROSA LUCINDA GARCIA
                        
Rosa Lucinda Garcia nasceu no dia 17 de maio de 1887, na Villa dos Garcia, em Camboriú, recebendo o mesmo nome da avó materna e da tia paterna. Foi batizada no dia 20 de maio de 1888, na Matriz de Camboriú, pelo Padre João Rodrigues de Almeida. Foram seus padrinhos os tios maternos, Timotheo José Bernardes e a irmã Filumina Rosa Bernardes.
Em 1890, quando ela tinha apenas três anos, sua família se mudou para o Itaperiú, localidade onde vivia a família de sua mãe. Aos 10 anos, ela e os quatro irmãos perderam a mãe e com o segundo casamento do pai, em 1897, teve mais oito irmãos. Aprendeu a ler e a escrever.
Continuou morando com a família no Itaperiú, onde conheceu Leopoldo Cypriano da Rocha. Leopoldo nasceu por volta de 1882, em Camboriú, e era filho de Cypriano Manoel da Rocha e de Virgina Felicidade da Rocha, naturais de Camboriú e moradores no Itaperiú. Sabia ler e escrever.
Rosa casou com Leopoldo Cypriano da Rocha no civil no dia 27 de julho de 1907, às quatro horas da tarde, em cerimônia realizada na residência de seu pai. Ele tinha 25 anos e ela 20 anos. Foram testemunhas, seu tio paterno Thomaz Francisco Garcia, seu cunhado Petronilho Francisco de Borba e sua irmã Cesarina Ignez Garcia. Seu tio materno, José Vicente Coelho, também estava presente.
No Itaperiú o casal teve os filhos: Leonel da Rocha, Lucinda Rosa da Rocha, Bertoldo Cipriano da Rocha,  Olegario Rocha, José Leopoldo da Rocha (Dedé) e Cipriano da Rocha.
Rosa Lucinda Garcia faleceu com 35 anos, no dia 03 de outubro de 1922, às três horas da tarde, após sofrer por quarenta dias por problemas ocorridos num parto. Foi sepultada no Cemitério Público do Itaperiú.
Após a morte de Rosa, Leopoldo se casou com Domingas Vieira, com quem teve a filha Izaura Rocha, nascida em 1929. Domingas faleceu antes de 1950.
Leopoldo Cypriano da Rocha faleceu após 1950.

Os filhos de Rosa e Leopoldo:


- Leonel da Rocha nasceu no dia 23 de junho de 1907, na residência dos pais, no Itaperiú. Aprendeu a ler e a escrever. Tinha quinze anos quando perdeu a mãe.
Casou com Sofia Correa, nascida no dia 19 de setembro de 1909, filha de Quintino Correa da Silva e de Leonidia Maria de Azevedo, antes de 1934, oficializando a união no civil no dia 03 de novembro de 1945, em cerimônia realizada na casa de Lauro Leoncio Borges, em São João do Itaperiú, às dez horas. O Juiz de Paz era João José Mendes e o Escrivão Alfredo Pedro Borba, primo de sua mãe. Foram testemunhas, Aristides da Silva e Norberto João Coelho, lavradores. Com a união, ela passou a assinar-se Sofia Correa Rocha.
Tiveram os filhos João da Rocha, Ivanilde da Rocha, Maria da Rocha e Laercio da Rocha. A família morou no Canta Galo, em Rio do Sul, onde Leonel foi operário.
Leonel da Rocha faleceu com 53 anos, no dia 20 de setembro de 1960, às quinze horas, em sua casa em Rio do Sul, vítima de caquexia. Foi sepultado no Cemitério Municipal de Rio do Sul.

- Lucinda Roza da Rocha nasceu no dia 19 de novembro de 1908, no Itaperiú, recebendo o mesmo nome da avó materna. Foi batizada no dia 03 de abril de 1911, no Itaperiú, pelo Padre Pedro Storms. Foram seus padrinhos o avô materno, José Francisco Garcia e sua segunda esposa, Camilla Maria Garcia. Conforme seu registro de batismo ela nasceu no dia 18 de novembro de 1909. No Itaperiú, aprendeu a ler e a escrever. Em outubro de 1922, aos 14 anos perdeu a mãe.
 Lucinda casou com Francisco Quintino Correa. Francisco nasceu em 11 de fevereiro de 1902 (1903 no registro de casamento), em Barra Velha, e era filho de Quintino Correa da Silva e de Leonidia Maria de Azevedo, lavradores. Ele foi batizado no dia 08 de junho de 1903, na Capela do Itapocú, pelo Padre João Baptista Peters. Foram seus padrinhos de batismo, José Pereira Soares e Anna Joaquina Pereira.
A cerimônia civil ocorreu no dia 18 de fevereiro de 1928 na casa de Abilio Augusto dos Passos, Na ocasião ele tinha 25 anos e ela 19 anos. José Augusto dos Passos foi o Juiz de Paz e Pedro Polycarpo da Silva o Escrivão ajudante. Foram testemunhas Ricardo Henrique Ferreira, de 26 anos, negociante, morador no Ribeirão do Salto, João Maximiano da Silva, de 48 anos, lavrador e morador no Morro dos Monos e Marvina Vergina da Rocha. Também estava presente João Domingos de Andrade.
O casal morou no Morro dos Monos, em São João do Itaperiú, onde nasceu o filho Antenor Francisco Correia, o Lola, em 24 de janeiro de 1929, às duas horas.
Ainda jovem, o filho Antenor comprou seu primeiro caminhão, um caso de amor que permaneceu até seus 82 anos, quando teve de parar por conta das suas limitações físicas. Antenor casou-se com Maria Darci da Silva, com quem teve cinco filhos.
Alguns anos se passaram e Francisco e Lucinda, junto a família do filho Antenor se mudaram para a zona rural de Garuva, morando na localidade Baraharas.
Em 1955 o filho Antenor começou a cultivar um terreno na Estrada do Norte, na Garuva, a uns dois quilômetros de onde morava, onde iniciou uma plantação de bananeiras e fez a extração de madeira.
Em 1971 faleceu a nora do casal, Maria Darci, esposa de Antenor.
Lucinda Roza da Rocha faleceu em sua residência, em Garuva, de morte natural, com quase 63 anos, no dia 26 de outubro de 1972, às oito horas. Foi sepultada no cemitério particular de Baraharas, em Garuva.
Em 1979, o filho Antenor casa-se pela segunda vez com Rosa Reis e muda-se para o município de Itapoá, onde foi um dos desbravadores daquele município.
Francisco Quintino Correa faleceu em Itapoá, às 22 horas do dia 25 de setembro de 1994, em sua residência, aos 91 anos, vítima de uma parada cardíaca. Foi também foi sepultado no cemitério de Baraharas, em Garuva.
Antenor escapou da morte inúmeras vezes. Em um inverno com muita neblina em Itapoá, ele estava indo à igreja como de costume dirigindo seu veículo em uma estrada à beira mar, quando então passou da entrada e caiu em um rio que beirava a estrada. O carro foi submerso pela água e ele milagrosamente foi salvo por um grupo de pescadores que ali estavam. Outra vez, estava concertando seu Corcel, tirou as rodas e entrou debaixo do carro, quando de repente o carro caiu sobre ele, deixando-o prensado, sem voz e sem ar. Ele foi salvo pela ex-nora que por acaso chegou ao local e o socorreu.
Em 2010, Antenor recebeu do município de Itapoá uma Medalha de Honra ao Mérito pelos revelantes serviços prestados ao município. Teve uma vida marcada pela generosidade que dedicava às pessoas, que sempre lhe procuravam e ele de forma gratuita, fez ao longo da vida milhares de fretes, concerto de motores, doações de alimentos, entre outros. Sempre com o único objetivo de ajudar o próximo.
Antenor Francisco Correia faleceu aos 85 anos de idade, no dia 28 de novembro de 2014, em Itapoá e foi sepultado em Garuva.

- Bertoldo Cipriano da Rocha nasceu no dia 25 de janeiro de 1910, na residência dos pais, no Itaperiú. Foi batizado no dia 03 de abril do ano seguinte, no Itaperiú, pelo Padre Pedro Storms. Foram seus padrinhos seu tio materno, Jovito Bruno Garcia e sua tia paterna Amara Virginia da Rocha. 
Morou com a família no Itaperiú. Tinha onze anos quando perdeu a mãe, que faleceu por complicações decorrentes de um parto. No registro de óbito da mãe seu nome consta como "Bertho" e no registro de batismo, como "Bertholdo" e sua data de nascimento está 04 de abril de 1910.
Casou com Otilia Chaves no cartório de Barra Velha, no dia 26 de abril de 1958.

- Olegario Rocha nasceu no dia 02 de outubro de 1912, na casa dos pais, no Itaperiú. Foi batizado no dia 13 de junho do ano seguinte, no Itaperiú, pelo Padre Augusto Weicherding. Foram seus padrinhos Grumincindo Cypriano da Rocha e sua tia materna Anna Lucinda Garcia. Aprendeu a ler e a escrever.
Casou com Amara dos Santos, nascida em Itajaí no dia 05 de janeiro de 1918, filha de José Claudino dos Santos e de Julia Maria dos Santos. Eles se casaram antes de 1938, mas a união no civil ocorreu apenas em 05 de outubro de 1950, no cartório de Barra Velha. João José Mendes foi o Juiz de Paz e Alfredo Pedro Borba, primo de sua mãe, era o Escrivão. Foram testemunhas, Heitor Marcos da Silva e ... Gonçalves, operários, e Sinval Moura e João de Freitas, funcionários públicos.
Moraram em Joinville, à Rua Princesa Mafalda. O casal teve oito filhos: Lourdes Rocha, Maria Luci Rocha, Clotildes Rocha, Elsa Rocha, José Carlos Rocha, João Rocha e mais dois filhos.
Olegário Cipriano da Rocha faleceu no dia 16 de novembro de 1975, às 11 horas, em Joinville após se suicidar com um tiro, aos 63 anos, deixando Amara viúva. Foi sepultado no cemitério de Santa Cruz, em São João do Itaperiú.

- José Leopoldo da Rocha, o Dedé, nasceu no dia 27 de julho de 1915, no Itaperiú, no distrito de Barra Velha. Foi batizado no dia 21 de março do ano seguinte, no Itaperiú, pelo Padre Augusto Weicherding. Foram seus padrinhos, Jeremias Feliciano Garcia, primo de sua mãe, filho do seu tio paterno Thomaz Francisco Garcia, e Maria José dos Santos.
Casou com Leonidia Ingracia Coelho no ano de 1939. Leonidia nasceu às quatro horas da tarde do dia 10 de abril de 1922, filha de João Norberto Coelho e de Ingracia Maria de Borba. O casamento civil ocorreu apenas em 06 de fevereiro de 1943, às dez horas. Foram testemunhas, Bento Malaquias de Avila e Astrogildo Odon de Aguiar. Também estavam presentes, Manoel Saturnino Felicio e Reinaldo Massaneiro Junior. Com o casamento, ela passou a se chamar Leonidia Coelho da Rocha.
Não aprendeu a ler e nem a escrever, assim como a esposa. O casal teve o filho José Leopoldo da Rocha Filho.
José Leopoldo da Rocha e Leonidia Coelho da Rocha comemoram seus 65 anos de casamento em março de 2004 em uma grande festa para amigos e familiares. A cerimônia ocorreu às 18 horas, na Igreja Nossa Senhora Aparecida, seguindo-se de um jantar no Restaurante do Nego.

José Leopoldo da Rocha e a esposa Leonidia Coelho da Rocha em 2004.

Leonidia Coelho da Rocha faleceu antes de 2006.

- Cipriano da Rocha nasceu em 08 de junho de 1917 (julho no registro de casamento). Foi batizado no dia 07 de setembro do ano seguinte, no Itaperiú, pelo Padre José Schmitz. Foram seus padrinhos, João José Garcia e Antonia Generosa Garcia, primos de sua mãe, filhos de Thomaz Francisco Garcia, irmão de José Francisco. No registro do batismo e de nascimento seu nome foi grafado como “Cypriano”.
Não aprendeu a ler e nem escrever. Foi lavrador. Casou com Gentilia da Silva, nascida no dia 10 de julho de 1919, filha de Pedro Maximiano da Silva e de Joana Isabel da Conceição, antes de 1941, oficializando a união no civil em 07 de janeiro de 1948, as dez horas, no Cartório de Barra Velha, com o Juiz de Paz João José Mendes e o Escrivão Alfredo Pedro Borba, primo de sua mãe. Foram testemunhas, João Pedro Alves e Pedro Maria da Veiga, lavradores.
O casal teve os filhos: Maria Cilda Rocha, Nilda Rocha, Jorceli Rocha, Jurema da Rocha e Creusa Gentilia da Rocha. A filha Creusa faleceu com apenas 1 ano e 4 meses, no dia 27/07/1955, em Santa Cruz, no Morro dos Monos. Foi sepultada em São Francisco do Sul.



- JOVITO BRUNO GARCIA

Jovito Bruno Garcia nasceu no dia 06 de outubro de 1889, na Villa dos Garcia, em Camboriú, no mesmo dia em que seu irmão mais velho, Elpidio, completava sete anos. No dia 13 do mesmo mês seu pai compareceu no Cartório de Camboriú para registrar o nascimento do filho, porém ainda não havia escolhido seu nome. Foi batizado pelo Padre João Rodrigues de Almeida, no dia 13 de junho de 1890, dia de Santo Antonio, na Capela Santo Antonio, em Camboriú. Lasaro José Rebello e sua mulher Francisca Emilia Garcia foram seus padrinhos.
No ano seguinte, quando ele ainda era bebê, sua família se mudou para o Itaperiú, localidade onde morava a família de sua mãe. Com apenas oito anos perdeu a mãe. Seu pai então se casou com a jovem Camilla, que o ajudou a criar os filhos de seu primeiro casamento e com ela teve mais oito filhos. A família continuou morando no Itaperiú, onde ele aprendeu a ler e a escrever e conheceu a jovem Ernestina.
Ernestina Maria de Avila nasceu no Itaperiú no dia 23 de junho de 1897 e era filha de João José d’Avila e de Maria Magdalena da Conceição da Costa, naturais de Camboriú e moradores no Itaperiú. Ela havia sido batizada na Matriz Provisória de Barra Velha, pelo Padre Vicente d’Argenzio, no dia 04 de junho de 1898. Manoel Silverio Coelho e Maria Luisa de Borba foram seus padrinhos de batismo. Ernestina aprendeu a ler e a escrever.
Jovito casou com Ernestina no civil dia 12 de junho de 1915, às onze horas da manhã, na casa dos pais dela, no Itaperiú. Ele tinha quase 26 anos e ela completaria 18 anos no mesmo mês. Antonio Verissimo da Silva era o Juiz de Paz e João Olegario da Silva o Escrivão. Foram testemunhas, seu cunhado Leopoldo Cypriano da Rocha, seu tio materno Onofre José Bernardes e a esposa dele, Maria José da Conceição.
O casamento religioso ocorreu no dia seguinte, dia de Santo Antonio, na Capela do Itaperiú e foi realizado pelo Padre Theodoro Borgmann e registrado pelo Padre Augusto Weicherding. Foram testemunhas, Bento Malachias de Avila e Maria Amelia de Avila.
O casal morou no Morro dos Monos, no Itaperiú onde nasceram seus dez filhos: Lucinda Garcia, Ulda Ernestina Garcia, Bento Garcia, Mauro Garcia, Hercílio Garcia, Euclides Garcia, Lorival Garcia, Antonia Garcia, Onésio Garcia e Laura Garcia.
A família se mudou para Corupá e moraram na Estrada Caimão, onde Jovito também foi lavrador.
Jovito Bruno Garcia faleceu com 64 anos, no dia 26 de agosto de 1954, às onze e meia, no Hospital dos Ferroviários, em Corupá, após sofrer de dor abdominal aguda por íleo paralítico. Foi sepultado no cemitério Santo Antonio, em Nereu Ramos.

Família de Jovito Bruno Garcia

Ernestina Maria de Avila faleceu aos 67 anos, no dia 30 de abril de 1965, às seis horas, em Corupá, vítima de um colapso cardiovascular. Foi sepultada no cemitério Santo Antonio, em Nereu Ramos.

Os filhos de Jovito e Ernestina:

- Lucinda Garcia nasceu no dia 01 de março de 1916, na casa dos pais, no Morro dos Monos, no Itaperiú, então pertencente ao distrito de Barra Velha, recendo o nome da avó. Foi batizada no dia 10 de março do ano seguinte, no Itaperiú, pelo Padre José Schmitz. Foram seus padrinhos os tios maternos Leopoldo Cypriano da Rocha e sua mulher, Rosa Lucinda Garcia.
Lucinda casou aos 24 anos com João Correia Netto no dia 15 de junho de 1940, em Hansa. Foram testemunhas, Octavio Correia e Floriza Garcia e os primos paternos, Emanoel Vieira Garcia e Lucinda Vieira Garcia, filhos do seu tio Elpidio. João tinha 24 anos e nasceu em 15 de fevereiro de 1916, em Tijucas, e era filho de João Correia Filho e de Dorvalina Vargas. Com o casamento ela passou a assinar-se Lucinda Garcia Correia. O casal morou à Rua João Tozini, em Corupá.
Lucinda faleceu aos 68 anos na Casa da Saúde São Francisco, em Corupá, no dia 14 de maio de 1984, por volta da uma hora, vítima de trombose cerebral ocasionada pela diabetes. Foi sepultada no Cemitério Municipal de Corupá.
João Correia Netto mudou-se para a Rua Duque de Caxias, também em Corupá e faleceu no dia 02 de fevereiro de 1985, por volta das 21 horas, no Hospital São Francisco, vítima de insuficiência respiratória. Foi sepultado no Cemitério Municipal de Corupá.

- Ulda Ernestina Garcia nasceu no dia 15 de setembro de 1918, na casa dos pais, no Morro dos Monos, no Itaperiú. Foi registrada como se tivesse nascido no ano de 1919, mas não confere, pois ela foi batizada antes disso, no dia 13 de junho de 1919, no Itaperiú, pelo Padre José Schmitz, onde consta 1918 como o ano do seu nascimento. Foram seus padrinhos Bento Malachias Avila e Catharina José da Silva. Em seu registro de batismo seu nome foi grafado como “Hulda”, porém ela assinava “Ulda”, conforme o registro civil.
Casou com Justino Mafra Maia, nascido no dia 26 de dezembro de 1915, em Paraty, atual Araquari, filho de Pedro Flausino Maia e de Amazilda Duarte Moreira e era lavrador. O casamento ocorreu em 25 de julho de 1936, pelo cartório de Barra Velha, em cerimônia realizada na casa do seu pai Jovito, no Itaperiú. Antonio Rodrigues de Moura foi o Juiz de Paz e o Escrivão foi Alfredo Pedro Borba, primo de seu pai. Foram testemunhas, José Raimundo da Silveira, Bento Malaquias de Avila e Lilia Maria de Avila. Também estavam presentes, Justino Roberto Ribeiro, Jovito Bruno Garcia e Tertulino José Duarte.
Tiveram três filhos: Isaura Mafra Maia, Iracema Mafra Maia e Benoni Justino Mafra Maia.
O casal morou em Rio Negrinho, onde Justino se aposentou como industriário.
Justino Mafra Maia faleceu com 68 anos, no dia 13 de março de 1984, às doze horas, em Rio Negrinho, vítima de trombose cerebral. Foi sepultado em Rio Negrinho.


Ulda Ernestina Garcia

Viúva, Ulda morou com o filho Benoni. Ulda Ernestina Garcia já faleceu.

- Bento Jovito Garcia nasceu no dia 27 de novembro de 1921, às cinco horas da manhã, na casa dos pais, no Itaperiú. Mudou-se com a família para Corupá.
Casou com Evanilde Silveira. Moraram na Estrada Itapocú, em Hansa, onde tiveram a filha Erotilde Garcia, que faleceu no dia 14 de fevereiro de 1955, com 4 meses e 3 dias.

- Mauro Garcia nasceu no dia 21 de setembro de 1921, às seis horas da manhã, na casa dos pais, no Itaperiú, então pertencente ao distrito de Barra Velha, município de Araquari. Foi batizado no dia 07 de janeiro do ano seguinte, em Santo Antonio Itaperiú, pelo Padre Othmar Baumeister. Foram seus padrinhos os tios paternos Petronilho Francisco Borba e Cesarina Ignez Garcia.
Morou com a família em Corupá, onde conheceu Elvira Maes. Elvira nasceu em Corupá no dia 10 de maio de 1914 e era filha de Francisco Maes, natural da Bélgica e de Maria Lourenço, moradores de Corupá.
O casal morou em Porto União, onde Mauro trabalhou como operário e Elvira era doméstica e nasceu a filha Edith Garcia, às nove horas do dia 20 de setembro de 1947.
A união do casal foi oficializada no civil no dia 04 de novembro de 1947, às dezesseis horas, no cartório de Porto União. Foram testemunhas, Willy Hanisch, carpinteiro, e Alvino Hanisch, servente, residentes em União da Vitória, no Paraná. Com o casamento ela passou a assinar-se Elvira Maes Garcia.
Após morarem em Porto União o casal voltou para Corupá e moraram à Rua Duque de Caxias.
Elvira Maes Garcia faleceu com 71 anos, no dia 11 de novembro de 1985, às treze horas, no Hospital São Francisco, em Corupá, vítima de câncer de pulmão e de cólon. Foi sepultada no Cemitério Municipal de Corupá.

- Ercílio Jovito Garcia nasceu no Itaperiú, no dia 06 de fevereiro de 1924, às oito horas da noite, na casa dos pais, então pertencente ao Distrito de Barra Velha. Assinava seu nome como “Ercilio”, apesar de em todos os registros que encontramos constar como “Hercilio”.
Morou em Corupá, onde casou com Thereza Moretti, no dia 29 de abril de 1950, às dez horas, no cartório de Corupá. Thereza era descendente de italianos, filha de Romano Moretti e de Magdalena Voltolini e nasceu no dia 03 de junho de 1929, em Corupá, onde morava com a família à Estrada Poço Danta. Foram testemunhas, seus irmão Bento Garcia e Antonia Garcia, e Claudio Moretti e Lidia Moretti.
Hercílio foi agricultor e Tereza dona-de-casa. Tiveram a filha Mazilda Garcia, costureira em Corupá, casada, que faleceu aos 44 anos, no dia 06 de novembro de 1995, vítima de câncer no pulmão e na mama, deixando órfã a filha Elisangela Nunes.

- Onizio Garcia nasceu no dia 16 de fevereiro de 1926, às três horas da tarde, na casa dos pais, no Itaperiú.

- Euclides Jovito Garcia nasceu no Itaperiú, então pertencente ao município de Paraty, atual Araquari.
Morou em Corupá, à Estrada São João. Casou com Maria Moreira, natural de Corupá. O casal morou em Corupá, à Estrada São João, onde Euclides foi lavrador.
Em 26 de agosto de 1960 tiveram filhas gêmeas, porém as duas faleceram ainda bebês, vítimas de bronquite capilar, Marlene no dia 22 de outubro de 1960, com um mês e 28 dias e Marli no dia 13 de março de 1961, com 6 meses e 18 dias.

- Lorival Garcia

- Antonia Garcia nasceu no dia 08 de maio de 1928, às cinco horas da tarde, na residência dos pais, no Itaperiú. Morou com a família em Corupá.

- Laura Garcia



- ANNA LUCINDA GARCIA

Anna Lucinda Garcia nasceu no dia 24 de maio de 1893, às sete horas da noite, na residência dos pais, no Itaperiú. Foi batizada no dia 02 de julho do mesmo ano, pelo Padre Vicente d’Angenzio, na Matriz Provisória de Barra Velha. Foram seus padrinhos os tios maternos, Feliciano José Coelho e sua mulher Maria Rosa Bernardes. Em seu registro de batismo consta que ela nasceu no dia 20.
Quando tinha apenas quatro anos de idade perdeu a mãe. Seu pai então se casou com a jovem Camilla, de 16 anos, que o ajudou a criar os filhos de seu primeiro casamento, mas como Anna ainda era muito pequena ficou morando com os avós maternos, que já tinham os filhos grandes. Além dos quatro irmãos que já tinha, com o segundo casamento do pai, ganhou mais oito irmãos.
Não aprendeu a ler e nem a escrever. Com a morte do avô, em 1901, e com o casamento das tias, Anna tornou-se uma companheira para a avó.
Anna se casou com Amaro Coelho da Bella Cruz, o Amaro Gabriel, que era primo de sua mãe, filho de Gabriel Coelho da Rocha, que era irmão de sua avó materna, e de Margarida Emilia Rabello. Amaro nasceu em Camboriú, por volta do ano 1885. 
O casamento civil ocorreu na casa de sua avó Rosa Lucinda da Conceição, onde Anna morava, no dia 12 de dezembro de 1914, às onze horas da manhã. O Juiz de Paz foi Miguel Thomaz de Simas Pires. Seus tios maternos foram testemunhas, Pedro Francisco de Borba Coelho, casado com Albertina Rosa Bernardes; Onofre José Bernardes; e Amaro José de Avila e sua mulher Adalgiza Rosa Bernardes. Também estavam presentes, seu pai José Francisco Garcia, e João José de Avila, tio paterno de seu tio Amaro. Ele tinha 29 anos e Anna, 21 anos.
Anna Lucinda Garcia faleceu com apenas 22 anos, em 1915, no parto do primeiro filho, que também morreu.
Após ficar viúvo, Amaro casou novamente, com Luiza Bernardina Coelho, filha de Sotero José Coelho, irmão de Feliciano José Coelho, e de Bernardina Duarte de Farias, no dia 21 de setembro de 1915, às dez horas da manhã, no Itaperiú, com quem teve filhos.



Referências

- GARCIA, Belarmino. Minha Vida. Jaraguá do Sul: Horizonte Gráfica e Editora, 2005, 67 p.
- FORMOSA DO OESTE. História do município de Formosa do Oeste.
JORNAL O DESPERTADOR. 1881.
- Livros de Registro Civil.
- Livros de Registro da Igreja Católica.



Pesquisa, elaboração e organização: Elis de Sisti Bernardes