BERNARDINA ROSA BERNARDES



Bernardina Rosa Bernardes nasceu no dia 20 de julho de 1865, no Sertão da Peroba, em Camboriú. Foi batizada no dia 24 de setembro do mesmo ano na Capela de Santo Amaro, em Camboriú, pelo Vigário João Domingos Álvares da Veiga. Foram padrinhos Bernardino José Bernardes Sobrinho, irmão de seu pai e Maria Lucinda Rosa.
Era também chamada de Dica e viveu sua infância e juventude em Camboriú. Morou com a família no Sertão da Peroba até os nove anos, quando mudaram-se para a localidade Morretes. Apesar dos irmãos da mesma idade terem sido alfabetizados, Bernardina não aprendeu a ler e nem a escrever.
Bernardina casou com José Vicente Coelho. José Vicente nasceu no dia 01 de março de 1844, em Camboriú, e era filho de Vicente Coelho da Rocha e Lucinda Rosa da Conceição Borges, irmão de Rosa Lucinda da Conceição, a mãe de Bernardina. Há quem diga que ele era filho adotivo, o que justificaria o fato de Bernardina ter casado com o tio, mas em todos os registros que encontramos consta que ele era filho legítimo.
O casamento religioso ocorreu no dia 12 de setembro de 1885, na Matriz de Camboriú, às dez e meia da manhã, com o Padre João Rodrigues de Almeida. Ele tinha 41 anos e ela 20 anos. Foram testemunhas Marcellino José Bernardes e Francisco José Bernardes. Os pais de José Vicente já eram falecidos no dia da união. Por serem parentes, para que o casamento ocorresse, foi apresentado o mandado de dispensa do impedimento de consanguinidade em segundo grau misto com o primeiro na linha transversal.
José Vicente Coelho sabia ler e escrever. No dia 07 de abril de 1884 ele havia pedido ao Estado para comprar terras no Itaperiú, um terreno com cerca de 440 metros de frente, com 915 de fundos.


Requerimentos despachados no dia 7 de abril de 1884. Jornal A Regeneração.

O casal então se mudou para o Itaperiú junto com a família de Jeremias em 1888. No Itaperiú, moraram próximo a entrada do Braço da Serraria. No dia 10/04/1919, José Vicente recebeu do Estado de Santa Catarina a concessão de 246.840m² de terras no Itaperiú.
José Vicente e Bernardina não tiveram filhos, talvez pelo parentesco entre eles. Por não terem filhos, sua sobrinha e afilhada Ervina Maria Coelho, a Vina, filha de Maria Rosa Bernardes e Feliciano José Coelho, morou com eles por um tempo. Assim, Bernardina teve a alegria e a ajuda de uma menina em casa. Porém, em 1907 Ervina se casou. Sentindo a solidão novamente, o casal decide adotar um filho.
Adotaram então um menino, Manoel. Manoel Belarmino, como era registrado, nasceu no dia 03 de junho de 1910, sendo filho ilegítimo de Maria Joaquina da Rosa. Era conhecido como Manoel Vicente, por ser filho de José Vicente.
José Vicente Coelho faleceu com 84 anos, no dia 09 de dezembro de 1928, no Itaperiú, de febre. Foi sepultado no cemitério público do Itaperiú.
Bernardina Rosa Bernardes faleceu poucos meses depois, com 63 anos, no dia 14 de fevereiro de 1929, no Itaperiú, também de febre. Foi sepultada no cemitério do Distrito de Barra Velha.



O filho de Bernardina e José Vicente



- MANOEL BELARMINO (Manoel Vicente)

Manoel Belarmino, como era registrado, era conhecido por todos como Manoel Vicente, por ser filho de José Vicente. Nasceu no dia 03 de junho de 1910, sendo filho ilegítimo de Maria Joaquina da Rosa.
Desde pequeno foi criado por José Vicente Coelho e Bernardina Rosa Bernardes, que não tiveram filhos biológicos.
Manoel casou com Perpétua Balbina Bernardes. Perpétua nasceu no dia 10 de abril de 1913, era filha de Ismael Francisco Bernardes e de Balbina Maria da Graça, e não aprendeu a ler e a escrever. Ismael Francisco Bernardes era filho de Francisco José Bernardes, primo de Jeremias José Bernardes, que também mudou-se para o Itaperiú na mesma época.
O casamento civil ocorreu no dia 25 de janeiro de 1936, às dez horas, na sala de audiências do juiz distrital. Estavam presentem, Pedro de Alcântara Freitas, como suplente do Juiz Distrital, Alfredo Pedro Borba, sobrinho de Bernardina, como Escrivão, e as testemunhas, Vicente João Espindula, Guilherme Gabriel da Veiga e sua mulher Elvina Coelho da Veiga. Também estavam presentes, Placido Gomes e Aroldo Willitz.
Manoel e Perpétua tiveram os filhos: Eulalia Bernardes Belarmino, em 1937; Maria Perpétua Belarmino, em 1943; e João Manoel Belarmino, em 1950.
Manoel faleceu com 46 anos, de morte natural, no dia 29 de maio de 1956, em seu domicílio, em São João do Itaperiú. Foi sepultado no cemitério de São João do Itaperiú.
Deixou Perpétua viúva com três filhos, Eulalia tinha 19 anos, Maria, 13 anos e João, com apenas seis anos.
No ano seguinte, a filha Eulalia, de 20 anos, também faleceu.
Perpétua Balbina Bernardes faleceu com 70 anos, no dia 20 de março de 1984, vítima de um acidente vascular cerebral. Foi sepultada no cemitério de São João do Itaperiú.
                             
- Eulalia Bernardes Belarmino nasceu por volta de 1937.
Faleceu com 20 anos, no dia 17 de janeiro de 1957, às treze horas, em São João do Itaperiú. Foi sepultada no Cemitério de São João do Itaperiú.

- Maria Perpétua Belarmino nasceu por volta de 1943.

- João Manoel Belarmino nasceu por volta de 1950.
Casou com Valderena Antonia Dionisio, em 06 de janeiro de 1973





Referências

- APESC. Índice geográfico dos processos de terras da secretaria da agricultura e do abastecimento - Coordenação de Legitimação e Cadastramento de Terras Devolutas - COLECATE. Florianópolis, mar. 2010.
- CARTÓRIO CIVIL. Livros de Registro Civil.
- IGREJA CATÓLICA. Livros de Registro da Igreja Católica.
- JORNAL A REGENERAÇÃO. Desterro, 1884.


Pesquisa, elaboração e organização: Elis de Sisti Bernardes